Representante da Ucrânia: manter relação com Rússia é financiar guerra
No domingo (27/2), quando foi questionado sobre a relação com a Rússia, Bolsonaro evitou tecer críticas a Putin pelas relações com o país
atualizado
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O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, agradeceu nesta terça-feira (1º/3) o gesto do presidente Jair Bolsonaro (PL) de concender visto humanitário para refugiados ucranianos, mas cobrou sanções mais duras do Brasil, como cessar os negócios com a Rússia, como outros já fizeram.
“Apelamos a todos para cortar todos os laços comerciais com a Rússia. Todos os laços. Fazer negócios com a Rússia agora significa financiar agressão, crimes de guerra, desinformação, ataques cibernéticos e mesmo o líder russo Vladimir Putin”, afirmou.
No domingo (27/2), o presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou a conversa que teve com o presidente russo, Vladimir Putin, durante visita a Moscou há duas semanas. Bolsonaro evitou fazer críticas a Putin e mostrou preocupação com os fertilizantes importados da Rússia.
“Temos negócios em especial com a Rússia, o Brasil depende de fertilizante. Estive falando há pouco com o presidente Putin por mais de 2 horas de conversa, tratamos de muita coisa, a questão dos fertilizantes foi o mais importante. Tratamento do nosso comércio. Lógico que ele falou da Ucrânia, mas eu me reservo o direito de não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam”, afirmou Bolsonaro.
5,7 mil soldados mortos
Atualizando as perdas russas, Anatoliy Tkech disse que as perdas russas, entre mortos e feridos já chegam a 5,7 pessoas.
“Até agora as perdas da Rússia foram 5.700 pessoas, entre mortos e feridos, 200 presos […], ressaltou ele. No sábado (26/2), Anatoly Tkach disse que cerca de 3,5 mil soldados russos foram mortos durante os combates.
Posição na ONU e ausência de contato
Questionado se o governo brasileiro ou o Itamaraty havia o procurado para oferecer apoio, ou ajuda humanitária, Tkech negou, mas sem citar nomes, disse que mantém contato com lideranças políticas brasileiras.
O diplomata agradeceu a governos estaduais, como São Paulo e Curitiba, que se prontificaram a ajudar a nação que sofre com ataques e bombardeios pelo quinto dia seguido.
Durante a reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizada nesta sexta-feira (25/2), o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Silva, condenou os ataques russos e disse que o mundo “precisa se livrar da guerra e que a paz e a lei internacional precisam prevalecer”.
“A posição na ONU é muito importante para qualificar as ações da Rússia como inapropriadas e gostaríamos de ter uma posição mais clara e mais certa do governo do Brasil, não só na ONU”, disse Tkach.
“Na ONU, ainda não vai resolver o problema. Queremos resolver os problemas já, porque estamos perdendo pessoas, militares e civis. A nossa intenção é terminar a guerra o mais rápido possível”, completou o diplomata.