Repórter desabafa sobre guerra e emociona âncora de telejornal; vídeo
Salman Al-Bashir, da Palestine TV, comentou sobre a morte de Mohammad Abu Hattab após bombardeio de Israel. Âncora do jornal chorou ao vivo
atualizado
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Salman al-Bashir, jornalista do canal de TV da Autoridade Palestina, desabafou durante uma transmissão ao vivo ao comentar a morte do colega Mohammed Abu Hatab, que morreu em Gaza após um bombardeio do Exército de Israel. Enquanto al-Bashir falava, a âncora do telejornal não conteve as lágrimas e chorou no ar.
Hatab faleceu ao lado de toda a família em Gaza. Poucas horas antes do bombardeio de Israel, o jornalista estava no hospital da região fazendo uma reportagem. Logo depois, ele foi levado para o mesmo local, mas como vítima do conflito.
“Não aguentamos mais, estamos exaustos. Somos vítimas. Somos mortos um após o outro. E ninguém se preocupa com a magnitude da catástrofe ou com o crime que sofremos em Gaza”, lamentou ao vivo al-Bashir.
Revoltado com a situação, o jornalista retirou todo o seu equipamento especial de imprensa e afirmou que “não há proteção internacional, não há proteção para nada. Estes coletes e capacetes não protegem nenhum jornalista, são apenas símbolos que usamos. Somos vítimas, vítimas ao vivo no ar”.
“Estamos perdendo nossas vidas, uma após a outra, sem garantia alguma. É questão de tempo. Somos vítimas aguardando a nossa vez. Mohammad esteve aqui há meia hora [para a reportagem]. Agora, ele está morto com sua família neste mesmo hospital”, completou o jornalista da TV da Autoridade Palestina.
Salman al-Bashir acrescentou ainda que acredita que “vamos todos morrer aqui, é só uma questão de tempo”.
Veja o relato completo do jornalista:
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Guerra
As Forças Armadas de Israel têm realizado uma série de ataques contra Gaza, tanto aéreos como terrestres. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 9 mil pessoas morreram na região devido ao conflito e outras 22 mil estão feridas.
Os ataques se intensificaram depois que membros do grupo extremista Hamas invadiram Israel em 7 de outubro e mataram mais de 1,4 mil israelenses e capturaram cerca de 200 reféns.
As autoridades militares de Israel defendem que os bombardeios se concentram contra membros e infraestruturas do Hamas. Além disso, as forças israelenses pedem que a população de Gaza se desloque para o sul. Grupos humanitários defendem que não há lugar seguro para fugir de Gaza.