Papa Francisco recua mão para que fiéis não beijem anel. Veja vídeo
Cenas repercutem nas redes sociais e dividem opiniões. Biógrafo do religioso disse que ele é “o vigário de Cristo, e não imperador romano”
atualizado
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Uma cena curiosa chamou a atenção após vídeo do papa Francisco recebendo fiéis em um santuário católico em Loreto, na Itália, viralizar. Na segunda-feira (25/3), quando as pessoas tentaram beijar o anel do líder religioso, ele recuou bruscamente a mão.
Um site católico conservador, o LifeSiteNews, que frequentemente critica o papa, chamou o episódio de “perturbador” na manchete de um artigo que incluía uma longa história dos anéis que os papas usam e de seu significado.
o que tá acontecendo aqui? pic.twitter.com/sq2O2I6hPD
— gui sousa (@guilhermesousa) 26 de março de 2019
No Twitter, houve quem não entendesse a ação, criticasse e, também, defendesse. O biógrafo papal Austen Ivereigh, defensor de Francisco, contra-atacou: “Ele está se certificando de que eles se envolvam com ele, não o tratem como uma relíquia sagrada. Ele é o vigário de Cristo, não um imperador romano”.
No one is made to feel bad. He greets them warmly, as human beings. He’s making sure that they engage with him, not treat him like a sacred relic. He’s the Vicar of Christ, not a Roman emperor. https://t.co/d0QwdsRjvo
— Austen Ivereigh (@austeni) 25 de março de 2019
A defesa também veio do padre jesuíta Russell Pollit: “É hora de o hábito de beijar os anéis dos bispos desaparecer por completo. É ridículo e não tem nada a ver com tradição. É uma importação das monarquias. Grande parte da pompa em torno dos bispos deveria ser descartada”.
People who believe Pope Francis is an apostate are now appalled that Catholics are not kneeling before him and kissing his ring.
— David Gibson (@GibsonWrites) 25 de março de 2019
Segundo o jornal britânico The Guardian, o Vaticano não disse por que Francisco insistiu em não ter o anel beijado na longa fila de recepção.
O item de ouro, chamado de “anel do pescador”, em referência a São Pedro, que era um pescador, é destruído depois do fim do papado. Ou seja, quando o sucessor assume, uma nova peça é construída. De acordo com jornais italianos, Francisco evita ter a mão beijada porque pensa ser esse um modo excessivo de reverência.
Observadores do Vaticano destacaram que Bento 16 e João Paulo II, antecessores de Francisco, também não gostavam de ter suas mãos beijadas.