Freiras usavam crucifixos para estuprar crianças na Igreja Católica da França
Relatório histórico divulgado nessa terça-feira (5/10) mostra que cerca de 330 mil ataques contra crianças foram encobertos
atualizado
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Freiras da Igreja Católica da França usavam crucifixos para estuprar crianças durante décadas de abusos sexuais cometidos por elas e por padres no local. De acordo com o jornal Daily Mail, relatório histórico divulgado nessa terça-feira (5/10) mostra que cerca de 330 mil ataques contra crianças foram encobertos.
Com 2.500 páginas, o relatório foi concluído após dois anos de investigações de uma comissão independente. Uma das vítimas, chamada apenas de Marie, relatou ter sido abusada quando tinha 11 anos. Ao informar os pais sobre o episódio, a menina foi ignorada e os estupros se seguiram por mais um ano.
Conforme a investigação, os abusos cometidos pela Igreja Católica da França ocorrem desde 1950.
Segundo o Daily Mail, 80% das vítimas eram meninos com idades entre 10 e 13 anos. Eles sofriam violência sexual tanto de padres quanto de freiras, que usavam crucifixo para estuprar as meninas e obrigavam os garotos a fazerem sexo com elas.
Diante do escândalo, o papa Francisco expressou “grande dor pelas feridas” das vítimas; ele também agradeceu pela coragem das denúncias. A investigação concluiu que cerca de 216 mil pessoas foram abusadas nos últimos 70 anos.
O presidente da Conferência dos Bispos da França, Eric de Moulins-Beaufort afirmou que a comunidade de clérigos está “horrorizada”. “Este relatório é severo. Ouvimos as vozes das vítimas, vimos os números e estão além do que poderíamos imaginar”.
“Expresso minha vergonha, meu pavor, minha determinação de agir. Vocês, vítimas, algumas das quais conheço pelo nome… quero dizer-lhes que meu desejo neste dia é pedir seu perdão”, disse Beaufort.
Em comunicado oficial, o Vaticano declarou que, “em primeiro lugar, os pensamentos” do papa Francisco “vão para as vítimas”. “Seus pensamentos [vão] para a Igreja da França, para que, ciente desta terrível realidade, ela possa se render”.
Ainda de acordo com o Daily Star, a comissão investigativa — composta por 22 advogados, médicos, historiadores, sociólogos e teólogos — pediu indenização para as vítimas e ação judicial contra a igreja.