América Latina ainda é vítima do “imperialismo explorador”, diz o papa
Em uma entrevista com o jornal argentino Télam, o pontífice falou sobre o sonho e luta de San Martín e Bolívar
atualizado
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Em entrevista à agência de notícias argentina Télam, o papa Francisco defendeu a presença de uma Igreja mais popular na América Latina e com um papel mais ativo nas discussões. “Sempre foi vítima e será sempre uma vítima até ser completamente libertada dos imperialismos exploradores”, afirmou o pontífice sobre a América Latina.
O líder da Igreja católica reiterou a importância de olhar o mundo a partir das periferias existenciais e sociais, precisamente à luz da ligação entre estas e o povo. “Onde se vive o cotidiano. E é lá que o povo se mostra”. ressalta Francisco, que é argentino.
“A periferia nos faz entender o centro. Eles podem ou não concordar, mas se você quer saber o que um povo sente, vá para a periferia. As periferias existenciais, não só as sociais”, afirmou o papa, ao relatar a sua percepção após escutar uma palestra da filósofa argentina Amelia Podetti.
Durante a entrevista, o pontífice destacou que, para atingir o sonho de emancipação da América Latina de San Martín e Bolívar, ainda há um longo caminho. “Todos os povos da América Latina, além das ideologias, com soberania, para que cada povo sinta que tem sua própria identidade e, ao mesmo tempo, precise da identidade do outro”, admite o Papa.
Francisco, de 85 anos, é o primeiro papa latio-americano e completará 10 anos de papado em 2023.
O papa admitiu que, durante o seu período como bispo, utilizou severidade de forma excessiva. “Em minha vida tive períodos rígidos, nos quais pretendi demais. Então percebi que não se pode seguir esse caminho, que é preciso saber guiar.”
Quando questionado sobre a duração do seu papado, o pontífice afirmou que o “deixamos a resposta para aquele que está no alto”.
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