Relações com Brasil vão além da ideologia, diz Fernández na posse
Novo presidente da Argentina fez juramento ante o Congresso e empossou seu gabinete de ministros na Casa Rosada
atualizado
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O novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta terça-feira (10/12/2019) em seu discurso de posse, que deseja fortalecer o Mercosul e construir uma relação com o Brasil apesar das diferenças ideológicas com o presidente Jair Bolsonaro.
“Vamos fortalecer o Mercosul e a integração regional em continuidade ao processo iniciado em 1983 e potencializado em 2003”, disse Fernández no Congresso argentino. O líder peronista também prometeu uma diplomacia comercial dinâmica, inovadora e plural. “A Argentina é uma terra de amizades e relações maduras com os países.”
Sobre o Brasil, vizinho e principal parceiro comercial, Fernández prometeu uma “agenda ambiciosa”. “(Na área da) tecnologia, da produção e da estratégia, que estarão respaldadas pela histórica irmandade de nossos povos e que vai além de qualquer diferença pessoal dos que governam e da conjuntura”, afirmou.
“Vamos honrar e avançar juntos na construção de um futuro de progresso compartilhado”, completou o presidente argentino, ao dizer que seu governo “apostará em uma América Latina unida para se inserir com êxito e com dignidade no mundo”.
Desafios econômicos
Fernández assumiu a presidência da do país com a missão de acertar o rumo de uma economia em crise, o que o obrigará a encontrar um equilíbrio delicado para lidar com grandes exigências tanto da população como dos investidores.
Com a presença de líderes e autoridades de alguns dos principais parceiros da Argentina, Fernández fez seu juramento como presidente por volta do meio-dia ante o Congresso e deu posse aos ministros na Casa Rosada durante a tarde.
Na histórica Praça de Maio, uma multidão aguardava com música e festejos as palavras do novo presidente.
Segundo o jornal argentino Clarín, pouco antes de assumir, Fernández falou à rádio Con Vos que “o cenário atual do país é muito feio”. “É uma situação muito difícil para qualquer lugar que se olhe. Pensar que 4 em cada 10 argentinos são pobres, nota-se a dimensão do problema.”