Reino Unido tem maior onda de greves em mais de uma década
Manifestantes exigem reajustes salariais acima dos 5% concedidos pelo governo. Greves também são causadas por inflação de 10,5% em 2022
atualizado
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Pelo menos meio milhão de britânicos foram às ruas protestar nesta quarta-feira (1º/2) por melhores salários diante do aumento do custo de vida no Reino Unido. As greves afetaram a rede ferroviária, escolas e o funcionalismo público do país, sendo esta a maior paralisação geral da Grã-Bretanha na última década.
O país foi palco de enormes insatisfações nessas dimensões em 2011, quando mais de um milhão de trabalhadores do setor público fizeram uma paralisação para negociar suas pensões com o governo.
Em 2022, a inflação do Reino Unido fechou em 10,5%, conforme o Escritório Nacional de Estatísticas do país – a mais alta dos últimos 40 anos. A insatisfação vai na esteira do reajuste proposto pelo governo, onde muitos trabalhadores do setor público receberam aumentos de 4% ou 5% para o ano fiscal atual, abaixo da inflação do país.
A escalada da ação grevista ocorre apenas algumas semanas depois que o governo tentou resolver disputas salariais para pôr fim à pior onda de agitação industrial que o país já viu em décadas. Muitos trabalhadores do setor público receberam aumentos de 4% ou 5% para o ano fiscal atual, com a taxa anual de inflação em 10,5%.
Com as paralisações dos serviços, a já afetada economia da ilha bretã pela pandemia, guerra da Ucrânia e Brexit agora sofre outro golpe, sendo provavelmente a única grande economia a entrar em recessão em 2023.
O que pedem os grevistas?
- Aumentos dos salários acima dos 5% reajustados pelo governo;
- Equiparação salarial com a inflação atual;
- Correção dos valores. Segundo os sindicatos, a remuneração média de funcionários públicos piorou em 203 libras (pouco mais de R$ 1.500), ante 2010 e com o custo de vida atual.