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Reino Unido reage à Rússia e pede que Ucrânia aumente produção militar

Kremlin prometeu  uma “resposta proporcional” e se disse pronto para “lançar ataques” contra os britânicos

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Militares ucranianos
1 de 1 Militares ucranianos - Foto: Anastasia Vlasova/Getty Images

O Reino Unido reagiu às ameaças russas e pediu que a Ucrânia aumente a produção militar. Essa é uma resposta ao Kremlin, que prometeu  uma “resposta proporcional” e se disse pronto para “lançar ataques” contra os britânicos se eles continuarem apoiando o país de Volodymyr Zelensky em investidas contra o território russo.

Na noite desta terça-feira (26/4), a agência internacional de notícias France-Presse divulgou trechos de um comunicado da ministra das Relações Exteriores da Inglaterra, Elizabeth Truss.

O documento, que será divulgado em discurso nesta quarta-feira (27/4), traz o que seria uma nova abordagem britânica para a guerra.

“[A proposta] será baseada em três áreas: força militar, segurança econômica e alianças globais mais profundas. Não podemos ser complacentes – o destino da Ucrânia permanece na balança”, frisa o texto.

Truss completa: “Devemos estar preparados para o longo prazo e dobrar nosso apoio à Ucrânia. Armas pesadas, tanques, aviões – cavando fundo em nossos estoques, aumentando a produção. Precisamos fazer tudo isso”.

“Provocação direta”

O Kremlin ameaçou o Reino Unido com uma “resposta proporcional” se os britânicos continuarem apoiando a Ucrânia em ataques contra o território russo. Além disso, o governo da Rússia está irritado com a doação de equipamentos militares ao país liderado por Volodymyr Zelensky.

Nesta terça, o Ministério da Defesa russo classificou a atuação dos britânicos como “provocação direta”.

A Rússia adverte: “Gostaríamos de sublinhar que a provocação direta de Londres ao regime de Kiev para tais ações, se tais ações forem realizadas, levará imediatamente à nossa resposta proporcional”.

O comunicado evidencia a intenção russa. “Como já avisamos, as Forças Armadas russas estão em prontidão 24 horas por dia para lançar ataques retaliatórios com armas de longo alcance de alta precisão em centros de tomada de decisão em Kiev”, salienta o texto.

O governo russo citou declarações do ministro das Forças Armadas do Reino Unido, James Heappey, que manifestou apoio às tropas ucranianas que atacam o território russo.

“Não é necessariamente um problema se a Ucrânia usar armas doadas pela Grã-Bretanha”, disse a autoridade britânica, na manhã desta terça.

Tensão

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Zelensky, em 24 de fevereiro.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

A tensão no Leste Europeu voltou a subir, depois de pelo menos três ataques ucranianos contra o território russo.

A escalada da violência também é influenciada pelo naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.

Além disso, ataques recentes contra a Moldávia estão assustando líderes globais, que temem que o conflito saia de controle.

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