Reino Unido homenageia a Princesa Diana 20 anos após morte trágica
Mulher do príncipe Charles ficou conhecida como “a princesa do povo” por causa de seus trabalhos de caridade. Em especial, no combate à Aids
atualizado
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A trágica morte da princesa Diana completa 20 anos nesta quinta-feira (31/8). Em 31 de agosto de 1997, a esposa do príncipe Charles, do Reino Unido, morreu em acidente de carro em Paris, na França. A data rendeu homenagens para Lady Di, uma das princesas mais populares da história recente, admirada, principalmente pelos seus trabalhos de caridade. Entre eles, o envolvimento no combate à Aids.
No local da tragédia, o túnel Pont de l’Alma, na capital francesa, centenas de pessoas deixaram buquês de flores, fotos e mensagens em homenagem à princesa. O rito se repetiu em frente ao Palácio de Kensington, em Londres, na Inglaterra.
Na obra, Minelli que a vida de Lady Di se passou entre diversos lugares em Londres. “A vida da princesa de Gales se desenrola desde os lugares mais agitados em Londres, entre lojas e ateliês de estilistas, até os palácios onde vivia sua rotina oficial”, escreveu.
Outros lugares símbolos da vida de Diana são a Clarence House, antiga moradia da princesa com Charles, e a Catedral de Saint Paul, onde a princesa da Gales se casou.
“Diana se mudou para Londre, pouco antes de completar 18 anos, mas nasceu e passou toda sua infância em uma propriedade da rainha, uma mansão eduardiana em Norfolk que foi transformada um belo hotel”, disse a autora.
Diana foi uma das mulheres mais populares do mundo, tendo se tornado também um ícone da moda e da elegância. Ela morreu na ponte de l’Alma, em Paris, após um violento acidente de carro, tentando fugir do assédio dos paparazzi.
Tragédia
Durante uma semana, até o funeral acompanhado por uma multidão, o Reino Unido passou por um momento de luto sem precedentes que estremeceu a monarquia. Divorciada há um ano do príncipe Charles, a mulher de 36 anos e seu namorado, o produtor de cinema egípcio Dodi Al-Fayed, foram perseguidos durante todo o verão no Mediterrâneo pelos paparazzi.
Em 30 de agosto de 1997, o casal chegou durante a tarde a Paris e foi jantar no Ritz, um hotel de luxo na Praça Vendôme, antes de tentar deixar o local de modo discreto por volta da meia-noite em um Mercedes. Perseguido por fotógrafos que estavam em uma motocicleta, o automóvel entrou em alta velocidade em um túnel e bateu em uma pilastra de cimento.
Diana foi retirada pelas equipes de emergência do Mercedes destruído. Dodi Al-Fayed e o motorista, que segundo a investigação tinha um nível elevado de álcool no sangue, morreram na hora. O segurança ficou gravemente ferido.
Sete fotógrafos foram detidos. No dia seguinte, as fotos do acidente foram vendidas para revistas por US$ 1 milhão.
A princesa, que sofreu uma grave hemorragia interna, foi transportada para o hospital Pitié-Salpêtrière. Às 4h, foi declarada morta. O embaixador da França ligou para os assistentes da rainha Elizabeth II em Balmoral, na Escócia, onde o duque de Edimburgo, o príncipe Charles e seus filhos, os príncipes William, então com 15 anos, e Harry, de 12, passavam o verão.
“Princesa do povo”
O Reino Unido acordou de luto. Sem conter as lágrimas, centenas de londrinos começaram a depositar flores diante dos Palácios de Buckingham e Kensington, a residência da princesa. Com a voz embargada pela emoção, o então primeiro-ministro, o trabalhista Tony Blair, prestou uma homenagem à “princesa do povo”.
O mundo inteiro expressou consternação com a morte. O presidente americano, Bill Clinton, disse que estava “profundamente entristecido”. Na Índia, madre Teresa rezou por Diana. Michael Jackson, “consternado”, cancelou um show na Bélgica.
Os paparazzi foram os primeiros acusados. O irmão de Diana, Charles Spencer, culpou os tabloides, que segundo ele tinham “sangue nas mãos”. Criticada, a imprensa popular elevou Diana ao patamar de ícone. “Nasceu lady. Depois foi nossa princesa. A morte fez dela uma santa”, escreveu o Daily Mirror.
O fervor popular era cada vez maior. No Palácio de Saint-James, onde estava o corpo, a espera para chegar até os livros de condolências chegava a 11 horas. “A imagem das flores é impressionante: um verdadeiro mar de quase 100 metros de comprimento”, escreveu.
Monarquia
A organização do funeral foi um quebra-cabeças. Desde seu divórcio, Lady Di não tinha mais direito ao título de alteza real ou a uma cerimônia nacional. Mas os britânicos exigiam uma homenagem à altura de sua “rainha dos corações”.
O descontentamento da opinião pública aumentava à medida que se prolongava o silêncio da família real, que permaneceu entrincheirada em Balmoral. Furiosos com a ausência de uma bandeira a meio mastro no Palácio de Buckingham, os jornais exigiam um discurso da rainha aos súditos. “A família real nos abandonou”, criticou o jornal The Sun.
“Ferida”, Elizabeth II se resignou a prestar uma homenagem a uma nora que nunca desejou, em uma mensagem exibida na televisão – a segunda em 45 anos de reinado -, antes de se inclinar publicamente diante do caixão. ”Se os Windsor não aprenderem a lição, não vão apenas enterrar Diana, mas também o seu futuro”, advertiu o jornal The Guardian.
Uma pesquisa publicada na época mostrava que um em cada quatro britânicos se declarava a favor da abolição da monarquia. No dia seguinte, quase um milhão de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre em silêncio, interrompido apenas pelo choro dos presentes e pelo som dos sinos.
Cabisbaixos, William e Harry caminharam atrás do caixão, ao lado do príncipe Charles, do duque de Edimburgo, o príncipe Philip, e do conde Spencer, diante dos olhares de 2,5 bilhões telespectadores ao redor do mundo.
Na abadia de Westminster, 2 mil convidados, entre eles Hillary Clinton, os ex-primeiros ministros britânicos Tony Blair e Margaret Thatcher, o tenor Luciano Pavarotti e o ator americano Tom Cruise, assistiram à cerimônia. O cantor Elton John interpretou a canção “Candle in the Wind”, com uma alteração na letra para homenagear Diana.Durante a tarde, a princesa foi sepultada em uma cerimônia privada em Althorp, noroeste de Londres. Desde então, descansa em um túmulo em uma ilha que foi a residência de sua família.