Rei Charles apoia investigação sobre elo entre monarquia e escravidão
Rei Charles se preocupa com o assunto de forma “profundamente séria”, segundo comunicado do Palácio de Buckingham
atualizado
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O Palácio de Buckingham anunciou, nesta quinta-feira (6/4), que está cooperando com uma investigação sobre a relação da monarquia com o tráfico negreiro. Segundo o comunicado, o rei Charles III se preocupa com o assunto de forma “profundamente séria”.
A investigação teve início após o jornal The Guardian revelar um documento de 1689 que mostra o pagamento de mil libras ao rei William 3º em ações na Companhia Real Africana, responsável pelo transporte de escravos da África para as Américas.
O documento, descoberto pelo historiador Brooke Newman, tem a assinatura do traficante de escravos Edward Colston (1636-1721). A figura do escravocrata ficou conhecida durante os protestos Black Lives Matter, em 2020, quando manifestantes quebraram a estátua em sua homenagem em Bristol, no sul da Inglaterra.
O estudo está sendo realizado pela Universidade de Manchester, com base em documentos oficiais da Coleção Real e dos Arquivos Reais disponibilizados pelo Palácio de Buckingham, e deve ser finalizado em 2026.
“Este é um assunto levado muito seriamente pela Sua Majestade”, disse o Palácio sobre o Rei Charles. No comunicado, citam o discurso do monarca de junho de 2022, quando falou a líderes de ex-colônias britânicas.
“Eu não posso descrever as profundezas do meu pesar pelo sofrimento de tantos, enquanto eu continuo a aprofundar o meu próprio conhecimento sobre o impacto duradouro da escravidão”, declarou na ocasião.