Refugiados “são a cruz da humanidade”, afirma Papa Francisco
O líder religioso visitou um centro de acolhimento em Sofia, na Bulgária, onde se reuniu com crianças da Síria e Iraque
atualizado
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O papa Francisco visitou nesta segunda-feira (6/0/2019) um campo de acolhimento de refugiados na periferia de Sofia, capital da Bulgária, onde se reuniu com dezenas de crianças provenientes da Síria e do Iraque.
A visita ocorreu na parte da manhã, no segundo e último dia de viagem do líder católico pelo país balcânico. Durante o encontro, Jorge Bergoglio conversou com famílias e crianças no refeitório do Centro de Refugiados Vrazhdebna, que ocupa o antigo edifício de uma escola, e ganhou de presente desenhos feitos pelos pequenos.
Lar de 54 menores de idade, o local passou por uma reforma e foi reaberto dois meses atrás. “Hoje o mundo dos migrantes e refugiados é um pouco a cruz da humanidade, uma cruz em que tanta gente sofre”, disse o Papa, acrescentando, por outro lado, “que sempre há uma esperança”.
Francisco foi bastante aplaudido em sua chegada ao centro de refugiados, que é gerido pela Cáritas, organização beneficente da Igreja Católica, e cumprimentou todos os presentes um a um. Ele também ouviu um coro entoado pelas crianças.
Bergoglio chegou à Bulgária no último domingo (5) e já em suas primeiras horas no país cobrou o acolhimento de refugiados e migrantes. “A vocês, que conhecem o drama da emigração, me permito sugerir que não fechem os olhos a quem bate em sua porta”, disse.
A Bulgária, com 7 milhões de habitantes, abriga cerca de 21 mil refugiados e solicitantes de refúgio, de acordo com o último relatório do Acnur, a agência da ONU para esse tema. Isso é menos do que alguns países europeus com população menor, como Dinamarca (39 mil) e Finlândia (35 mil).
Comunhão
Após visitar o centro de refugiados, o Papa embarcou de avião para Rakovski, cidade de 28 mil habitantes situada a 160 quilômetros de Sofia. O município é o principal enclave católico de um país majoritariamente ortodoxo.
Em Rakovski, Francisco celebrou a primeira comunhão de 245 crianças provenientes de todas as paróquias búlgaras. “Na homilia, eu disse uma coisa que gostaria que vocês [as crianças] lembrassem para sempre. Falei da carta de identidade do cristão e disse isso: nossa carta de identidade é essa, Deus é nosso pai, Jesus é nosso irmão, a Igreja é nossa família, nós somos irmãos, e nossa lei é o amor”, declarou.
O Pontífice embarca ainda nesta segunda-feira para a Macedônia do Norte, onde encerrará sua quarta viagem pelos Bálcãs.