Radiação aumenta em Chernobyl: “Situação alarmante”, alertam os EUA
A usina, palco que um grave acidente em abril de 1986, foi tomada por militares russos na quinta-feira (24/2), durante bombardeiros
atualizado
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O serviço nuclear da Ucrânia divulgou um alerta informando que houve aumento de radiação na usina nuclear de Chernobyl causado por distúrbios no solo, sem danos às instalações nucleares.
A usina, palco que um grave acidente em abril de 1986, foi tomada por militares russos na quinta-feira (24/2), durante o primeiro dia de bombardeios contra a Ucrânia.
Segundo a Casa Branca, sede do governo americano, as tropas russas, além de ocuparem o espaço, estão mantendo trabalhadores da usina como reféns.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, condenou a ação. “Estamos indignados com relatos confiáveis de que soldados russos estão mantendo funcionários das instalações de Chernobyl como reféns”, frisou.
Ela completou. “Essa tomada de reféns ilegal e perigosa, que poderia prejudicar os esforços rotineiros do serviço civil necessários para manter e proteger as instalações de resíduos nucleares, é obviamente incrivelmente alarmante e muito preocupante”, concluiu.
Crise
A Ucrânia vive o segundo dia de bombardeiros. Militares russos cercaram Kiev, capital do país e coração do poder. O governo indica que ao menos 33 alvos civis foram atingidos. Duas crianças morreram até o momento.
O Ministério da Defesa ucraniano diz ter abatido um avião russo e matado mais de 800 soldados.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Apoio do Ocidente
O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, afirmou, em um discurso televisionado na noite desta quinta-feira (24/2), que o país foi abandonado após a invasão russa. “Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado”, pediu.
Segundo ele, países do Ocidente se negam a ajudar a Ucrânia por medo: “Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo’, afirmou.
Veja um resumo do que aconteceu desde o início dos bombardeios:
- A invasão russa ocorreu na madrugada desta quinta-feira (24/2), horário de Brasília, após ordem de Putin.
- O mais recente balanço indica que a Ucrânia tem 137 mortos e 300 feridos após bombardeios.
- O governo ucraniano afirmou ter sofrido ao menos 203 ataques russos desde o início da invasão.
- Putin alertou para que nenhum outro país interfira na ofensiva, e prometeu “resposta imediata”.
- Contra a invasão russa, manifestantes foram presos e agredidos em Moscou.
- O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, determinou toque de recolher. A medida vigora das 22h às 7h.
- Em uma segunda onda de ataques, russos cercaram Kiev, capital ucraniana e coração do poder do país, além de tomar Chernobyl.
- A Rússia disparou 160 mísseis de curto alcance contra Kiev, afirmaram os EUA.
- O Ministério da Defesa russo disse ter destruído 74 instalações militares ucranianas, incluindo 11 bases aéreas.
- Zelensky decretou o rompimento das relações diplomáticas com a Rússia e distribuiu 10 mil fuzis a civis.
- O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, condenou a invasão. Horas depois, o presidente Jair Bolsorano (PL) o desmentiu e desautorizou.
- A União Europeia e seus aliados condenaram a Rússia.
- Primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou sanções para travar “máquina de guerra de Putin”.
- Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que o bloco prepara um novo pacote de sanções econômicas contra a Rússia.
- Biden anunciou sanções econômicas mais severas, autoriza ida de mais militares e uma ajuda financeira de US$ 52 milhões para a Ucrânia. Além disso, advertiu: “A agressão de Putin vai custar muito à Rússia.”
- O presidente da Ucrânia decretou convocação geral de todas as pessoas em idade de serviço militar para atuarem contra a invasão.
- Após bombardeios, Macron telefonou para Putin e exigiu cessar-fogo. Só ouviu a repetição dos argumentos russos para o ataque.
- Otan e União Europeia anunciaram reunião entre países-membros para discutir a situação.