Quem é Marco Rubio, novo secretário de Estado dos EUA
Ex-desafeto de Trump e filho de cubanos, Rubio foi indicado por Trump como próximo secretário de Estado dos EUA
atualizado
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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (13/11) a indicação do senador Marco Rubio, da Flórida, para o cargo de secretário de Estado.
Marco Rubio, de 53 anos, nasceu em Miami, na Flórida, em uma família de imigrantes cubanos que fugiram em 1956, três anos antes da tomada do poder por Fidel Castro na ilha caribenha, em busca de melhores condições de vida nos EUA. Ele se tornará o primeiro chefe da diplomacia norte-americana de origem latina.
Rubio se formou em direito pela Universidade de Miami e iniciou sua trajetória política em 2000, como deputado estadual da Flórida. Na Assembleia Legislativa, destacou-se ao se tornar o presidente da Câmara de Deputados do estado, em 2007.
Em 2010, Rubio concorreu ao Senado federal com o apoio de movimentos conservadores, como o Tea Party, e conquistou a cadeira, tornando-se um nome expressivo entre os republicanos. Ao longo de sua trajetória no Senado, Rubio assumiu posições firmes em temas de segurança nacional e relações exteriores.
Relação de “amor e ódio” com Trump
A relação entre Rubio e Trump é marcada por altos e baixos. Durante as primárias republicanas de 2016, Rubio foi um dos críticos mais ferrenhos de Trump, ridicularizando sua aparência e o chamando de “vigarista”.
Após a vitória de Donald Trump nas primárias, Rubio retirou sua candidatura e, com o tempo, passou a adotar uma postura mais alinhada ao novo governo.
Desde então, Rubio colaborou com a agenda republicana no Senado, especialmente em temas de segurança nacional, e recentemente suavizou algumas de suas críticas para fortalecer sua relação com o presidente eleito.
Nos últimos anos, ele se destacou por apoiar políticas que buscam reduzir a influência de países como a China e defender a autonomia da indústria americana, temas que também fazem parte da agenda de Trump.
Foco em política externa e experiência no Congresso
Rubio é membro do Comitê de Inteligência e do Comitê de Relações Exteriores do Senado, e ao longo dos anos consolidou sua imagem como um defensor de políticas robustas em relação a temas de segurança nacional e alianças estratégicas.
Entre suas prioridades estão a contenção da influência de adversários geopolíticos dos EUA, como China, Irã e Rússia, além de temas relacionados à segurança digital e cibernética.
Em relação à China, Rubio tem defendido políticas mais rigorosas, com a justificativa de que Pequim, capital do país, representa uma ameaça econômica e estratégica aos EUA.
Entre suas propostas, destacam-se legislações que buscam limitar a influência chinesa em áreas como tecnologia e comércio, incluindo projetos para restringir subsídios a produtos tecnológicos com componentes chineses, como baterias de veículos elétricos.
Além disso, Rubio tem questionado publicamente a atuação de aplicativos como o TikTok, que, segundo ele, estariam sujeitos à influência do governo chinês.
Posição sobre temas da América Latina
Com raízes cubanas, Rubio também tem se posicionado de forma crítica em relação a governos latino-americanos que considera alinhados a políticas opostas aos interesses dos Estados Unidos, como o de Cuba e o da Venezuela.
Ao longo de sua carreira, defendeu sanções econômicas a esses países e apoiou políticas para isolar os governos de Havana e Caracas.
Ele também se manifestou em outras situações regionais, como no caso do Brasil, onde criticou publicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.