Quem é Freddy Superlano, líder de oposição sequestrado na Venezuela
Voluntad Popular, partido de Superlano, publicou vídeo em que político de oposição na Venezuela é colocado em carro
atualizado
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O político venezuelano Freddy Superlano, liderança da oposição a Nicolás Maduro, foi sequestrado nesta terça-feira (30/7), denuncia seu partido, o Voluntad Popular. A sigla publicou nas redes sociais um vídeo em que o opositor é colocado à força em um carro.
O ex-deputado teria sido capturado por agentes do governo, alega o partido. Maduro acaba de ser proclamado reeleito para a presidência da Venezuela em um pleito que está sendo questionado por diversos países. “Alertamos a comunidade internacional sobre uma escalada repressiva da ditadura de Nicolás Maduro contra os ativistas da causa democrática, que exigem pacificamente a publicação dos resultados eleitorais que dão ao nosso presidente eleito Edmundo González o título de esmagador vencedor”, afirma o Voluntad Popular em postagem no X.
Quem é Superlano
Superlano, de 47 anos, fundou o partido do qual faz parte em seu estado natal, Barinas. Ele é pai de seis filhos e casado com Aurora Silva.
Após ter estudado engenharia de sistemas e educação, foi professor por mais de uma década. Eleito deputado em 2015, substituiu na liderança da oposição Juan Guaidó, ex-presidente da Assembleia Nacional, que se exilou nos Estados Unidos após relatar ameaças de morte.
Chegou a disputar o governo de Barinas em 2017 contra o irmão do ex-presidente Hugo Chávez, Argenis Chávez, mas perdeu e contestou os resultados do pleito.
Em 2021, concorreu ao mesmo cargo e chegou a ter a vitória anunciada. O Supremo Tribunal de Justiça, porém, anunciou que ele não estava apto a assumir cargos públicos.
Denúncias de fraude na eleição da Venezuela
A Venezuela enfrenta uma série de protestos e reações da comunidade internacional diante do resultado do pleito que garantiu mais um mandato ao presidente Nicolás Maduro. A gestão é acusada de fraude, e opositores afirmam que o verdadeiro vencedor é o candidato Edmundo González.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) publicou relatório, nesta terça-feira (30/7), em que aponta vícios nas eleições da Venezuela e não reconhece o resultado do pleito.
“Em conclusão, dado que não existe qualquer suporte documental público que assegure os dados anunciados pela CNE, existindo, sim, informações provenientes de diversas fontes que os contradizem, é critério técnico do Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral que os resultados oficiais não merecem confiança nem devem receber reconhecimento democrático”, informa o relatório.
Menos de 24h após a vitória, diante de protestos de líderes estrangeiros, a Venezuela exigiu que diplomatas e funcionários dos consulados de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai se retirassem “de maneira imediata” do país.