Quem é Ebrahim Raisi, jurista linha-dura eleito presidente do Irã
Raisi é um clérigo linha-dura e chefe do Judiciário do Irã próximo ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país
atualizado
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Jurista linha-dura e ultraconservador. Assim é descrito Ebrahim Raisi, eleito presidente do Irã com 62% dos votos após eleições na sexta (18/6) em um pleito que foi amplamente visto como destinado a favorecê-lo. A BBC traçou um perfil do político.
Raisi é um clérigo linha-dura e chefe do Judiciário do Irã próximo ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país. O presidente do Irã ocupa o segundo cargo mais importante do país, atrás do líder supremo. O aiatolá Khamenei é quem tem a palavra final em todas as questões de Estado.
Raisi tem 60 anos e foi promotor durante a maior parte de sua carreira. Em 2019, dois anos depois de perder para Hassan Rouhani na última eleição presidencial, foi nomeado chefe do Judiciário.
Ele é leal aos clérigos governantes do Irã e foi até mesmo visto como um possível sucessor do aiatolá Khamenei como líder supremo do país.
Na campanha, se apresentou como o “melhor” para combater a corrupção e resolver os problemas econômicos que o Irã enfrentou durante o mandato do presidente Hassan Rouhani.
Muitos iranianos e ativistas de direitos humanos apontaram o suposto papel de Raisi nas execuções em massa de prisioneiros políticos na década de 1980. E consideraram esta última eleição planejada para que Raisi vencesse e evitaram a votação.
Os números oficiais mostraram que a participação eleitoral foi a mais baixa de todos os tempos para uma eleição presidencial, de 48,8%, em comparação com mais de 70% na votação anterior, em 2017.
Biografia
Ebrahim Raisi nasceu em 1960 em Mashhad, a segunda maior cidade do Irã e lar do santuário xiita mais sagrado do país. Seu pai, que era clérigo, morreu quando ele tinha 5 anos.
Raisi, que usa um turbante preto, que o identifica na tradição xiita como um descendente de Maomé, seguiu os passos de seu pai e começou a frequentar um seminário xiita na cidade sagrada de Qom aos 15 anos.
Enquanto estudante, participou de protestos contra o xá Reza Pahlavi, apoiado pelo Ocidente, que acabou derrubado em 1979 em uma Revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini.
Após a revolução, ele ingressou no judiciário e atuou como promotor em várias cidades, enquanto era treinado pelo aiatolá Khamenei, que se tornou presidente do Irã em 1981.