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Putin volta a acusar governo ucraniano de desenvolver armas nucleares

“A Ucrânia, desde a época soviética, possui grande força nuclear”, alegou, ao falar sobre o conflito no leste europeu

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Presidente da Rússia, Vladimir Putin
1 de 1 Presidente da Rússia, Vladimir Putin - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

O presidente da Rússia, Vladmir Putin, voltou a defender separatistas ucranianos e prometeu ajuda militar para Donetsk e Luhansk, que foram reconhecidas pelo governo russo como repúblicas independentes.

Nesta terça-feira (22/2), em uma declaração à imprensa, Putin falou que o Ocidente não pode “perder a compostura” e disse que tenta negociar pacificamente uma solução.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Putin, contudo, voltou a sustentar que a Ucrânia oferece risco à Moscou por ter “grande arsenal de armas nucleares”. Ele repetiu que os vizinhos têm usinas nucleares e podem enriquecer uranio, material básico para bombas atômicas.

“A Ucrânia, desde a época soviética, possui grande força nuclear, como usinas. O que falta para eles é somente um sistema de enriquecimento de urânio. Para a Ucrânia, isso é um problema simples. Para nós, é uma ameaça estratégica”, frisou Putin.

Segundo o presidente russo, o que o país está fazendo é uma defesa da paz para evitar riscos que, de acordo com ele, a Ucrânia oferece à região do leste europeu.

Na segunda-feira (21/2), Putin, por meio de decreto, reconheceu a independência de Donetsk e Luhansk, para onde mandou tanques de guerra e tropas. Putin defende que a missão é de paz e nega interesse de invadir a Ucrânia.

Alerta da Otan

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, fez um alerta sobre a possibilidade iminente de um ataque russo à Ucrânia.

Em entrevista nesta terça-feira, Stoltenberg afirmou que mais soldados foram enviados à Donbass, região separatista da Ucrânia. “Há possibilidade de ataque russo a qualquer momento”, frisou Otan.

Stoltenberg pediu calma e defendeu uma solução diplomática. “Nunca é tarde para não atacar. Pedimos à Rússia que recue, desescale militares e se esforce diplomaticamente”, salientou.

Brasil pede diplomacia

O representante brasileiro no Conselho de Segurança das Nações Unidas, embaixador Ronaldo Costa Filho, defendeu que Rússia e Ucrânia busquem “uma solução negociada” e evitem “uma escalada de violência” na região.

“Diante da situação criada em torno do status das autoproclamadas entidades estatais do Donetsk e do Luhansk, o Brasil reafirma a necessidade de buscar uma solução negociada, com base nos Acordos de Minsk, e que leve em consideração os legítimos interesses de segurança da Rússia e da Ucrânia e a necessidade de respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas”, disse o Itamaraty em nota distribuída nesta terça-feira.

Em meio à tensão entre Ucrânia e a Rússia, a embaixada ucraniana em Brasília pediu que o governo brasileiro não reconheça a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk.

O encarregado de Negócios no Brasil, Anatoliy Tkach, fez um apelo e defendeu que o Brasil “condene a decisão russa” que reconheceu a independência das duas regiões.

“Esperamos que o governo do Brasil não reconheça essas pseudoentidades criadas pela Rússia. Que condene a decisão e apele ao lado russo para que retome as negociações em busca de uma solução política e diplomática do conflito”, frisou.

Entenda a crise

A agenda ocorre em meio à tensão entre Rússia e Ucrânia. Os dois países vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam a Rússia de querer incitar a violência nesses territórios controlados por separatistas pró-Rússia para encontrar uma razão para invadir a Ucrânia, para cujas fronteiras foram enviados cerca de 150 mil soldados.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

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