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Isolado pelo Ocidente, Putin encontra suporte na China de Xi Jinping

Durante a visita de Putin a Pequim, os dois presidentes discutiram diversos temas, como cooperação militar e econômica, e nova ordem global

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1 de 1 Imagem colorida mostra Putin e Xi JInping apertando as mãos durante visita do presidente da Rússia à China - Metrópoles - Foto: Getty Images

Vladimir Putin aterrissou em Pequim, na última quarta-feira (15/5), e foi recebido com todas as honras de um chefe de estado pelo governo de Xi Jinping. Essa é a primeira viagem internacional do presidente da Rússia após sua reeleição, em março deste ano, mostrando ao Ocidente a importância que o líder russo dá as relações com a China. 

Durante a visita de Putin a Pequim, os dois presidentes discutiram diversos temas, como cooperação militar e econômica, nova ordem global e questões relacionadas a segurança.

Após a viagem à China, Putin destacou que a visão de um mundo multipolar foi um dos temas centrais na agenda discutida com Xi Jinping. De acordo com o líder russo, o futuro da criação de uma nova ordem global “depende da Rússia e China”, mas também da participação de outros atores internacionais.

Sem citar países ou governos, Xi Jinping concordou com a fala do presidente da Rússia e disse partilhar da mesma opinião de Putin sobre a criação de “um novo modelo que permite às grandes potências vizinhas desenvolver as suas relações com base nos princípios do respeito e da igualdade.”

Aliança contra sanções e cooperação econômica

A relação econômica entre Rússia e China foi outro ponto importante discutido durante o encontro. O sucesso na cooperação bilateral entre os dois países foi celebrada por Putin, que encontrou no governo de Xi Jinping uma forma de driblar as diversas sanções impostas pelo Ocidente desde o início da guerra na Ucrânia. 

Putin afirmou que as punições econômicas impostas contra Moscou por grandes potências ocidentais – principalmente pelos Estados Unidos – não têm nenhuma ligação com o conflito no Leste Europeu ou com a aproximação com a China, mas sim de uma guerra econômica contra a Rússia.

Contudo, o presidente russo afirmou que tais ações têm se mostrado ineficazes, tendo em vista o desempenho econômico da Rússia, que apesar da guerra cresceu mais que a do G7 no último ano, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Analistas ouvidos pelo Metrópoles apontam que o reconhecimento de Putin sobre a importância da relação com a China e o desempenho econômico russo faz todo sentindo.

“Os dois países também são parceiros por conveniência”, explica Josemar Franco, coordenador de comércio internacional. “Ou seja, enquanto a Rússia recebe o apoio necessário para continuar com a guerra na Ucrânia, a China depende das importações de gás e petróleo da Rússia para impulsionar o seu crescimento econômico”, afirma.

O sucesso da proximidade entre as duas potências globais, e os planos para o futuro dos dois líderes também podem ser observados no comércio bilateral dos dois países. Segundo Putin, as transações comerciais entre Rússia e China em rublo russo e yuan chinês já ultrapassam a casa dos 90%. O número mostra um plano bem sucedido de diminuir a dependência do dólar no comércio internacional que começou a ganhar forma durante a última cúpula dos Brics, realizada em agosto do ano passado na África do Sul.

Durante a reunião, que aprovou a entrada de 6 novos países membros ao bloco, foi debatida a criação de uma moeda comum para transação entre membros do bloco.

Guerra na Ucrânia e cooperação militar

Além de anunciar o aumento na cooperação militar entre Rússia e China, sem dar maiores detalhes de como isso deve acontecer, os dois líderes discutiram a atual situação da guerra na Ucrânia.

Segundo a mídia estatal chinesa, Xi Jinping teria expressado sua “posição consistente e os esforços da China para promover uma solução política” para o conflito que recentemente completou dois anos. 

Em uma declaração conjunta, assinada pelos dois líderes, Putin e Xi Jinping também expressaram descontentamento com o pacto Aukus, aliança lançada em 2021 por Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e, mais recentemente, Japão.

“As partes expressam séria preocupação com as implicações para a estabilidade estratégica na região Ásia-Pacífico da implementação do projeto Aukus em todos os seus aspectos”, disse o comunicado.

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