Putin quebra silêncio, presta condolências e diz que investigará morte de Prigozhin
Em pronunciamento na televisão, o presidente russo, Vladimir Putin, prestou condolências à família de Prigozhin, que é dado como morto
atualizado
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Após a declaração do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi a vez de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se pronunciar, nesta quinta-feira (24/8), sobre a queda do avião em que estava o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, ocorrida na quarta-feira (23/8).
Durante um pronunciamento na televisão, o russo prestou condolências à família de Prigozhin, um dia após a queda do avião. Ele também disse que os investigadores tentam esclarecer o caso, mas que a perícia demorará um certo tempo.
Apesar do pronunciamento, ele não mencionou o rompimento com o grupo Wagner, e chegou a dizer que Prigozhin, que conhecia desde os anos 1990, era um “empresário talentoso”. A família de Prigozhin não se manifestou ainda sobre o assunto.
“Nós não temos nada a ver com isso. Todos sabem quem está envolvido nisso”, ressaltou o líder ucraniano Zelensky na manhã desta quinta-feira.
Ele se referia ao russo Vladimir Putin, cujo governo está sob suspeita de ter provocado a queda do veículo aeromotor. O governo russo, no entanto, se manteve em silêncio – e Putin, mesmo tendo feito um pronunciamento por videoconferência no Brics, não mencionou o caso.
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A relação de Putin e Prigozhin
O grupo Wagner lutava na Ucrânia ao lado da Rússia. Antigo aliado do presidente russo, Prigozhin se revoltou contra Putin e liderou uma rebelião há dois meses, como forma de protesto pela falta de envio de equipamentos e armas às tropas. Prigozhin foi apontado como líder do grupo Wagner.
Com fama de sanguinário, Prigozhin liderou mercenários para, inicialmente, atacar o país vizinho sob ordens russas e, mais tarde, ameaçar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma tentativa de golpe.
Formado em 2014, o Grupo Wagner é uma companhia privada de mercenários que atuam em guerras pelo mundo. Desde o ano de fundação, o Wagner está presente na península ucraniana da Crimeia e chegou a ajudar forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região. Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, o governo russo contou com a ajuda do grupo para avançar nas batalhas contra o exército do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como nos embates das cidades de Bakhmut e Soledar.
A guerra na Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado e, desde então, ambos países travam uma guerra na região. Um ano após a invasão, Putin mantém a ofensiva. As consequências têm sido perdas humanas, militares e econômicas para ambos os países, e uma contínua destruição da infraestrutura da Ucrânia.
Mais de 40% da população ucraniana precisa de ajuda humanitária, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao menos 8 milhões de refugiados cruzaram as fronteiras do território após a destruição de metade da infraestrutura do país. Autoridades estimam a necessidade de US$ 700 bilhões para a reconstrução da Ucrânia.