Vladimir Putin é reeleito presidente da Rússia e terá mandato até 2024
No poder desde 1999, o líder russo vai para o seu quarto governo. Grupos denunciam possíveis fraudes nas eleições
atualizado
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, comemorou neste domingo (18/3) sua vitória nas eleições presidenciais em um grande ato ao ar livre perto do Kremlin.
“A Rússia está fadada ao sucesso. Devemos manter a unidade”, disse Putin perante milhares de pessoas reunidas na praça Manezh, apesar dos 12 graus negativos marcados pelos termômetros.
“Muito obrigado pelo apoio. Muito obrigado pelo resultado. Vocês são nossa equipe e eu sou membro da equipe de vocês e todos os que votaram hoje formam nosso grande time nacional”, destacou.
Segundo a Comissão Eleitoral Central (CEC), Putin obteve mais de 75,01% dos votos, após a apuração de 50% dos votos emitidos.
Putin interpretou esses resultados como “o reconhecimento de tudo o que foi realizado durante os últimos anos em condições muito difíceis” e “da confiança e da esperança” no futuro.
“O êxito nos espera. É muito importante atrair para o nosso lado aqueles que podem ter votado em outros candidatos. Necessitamos dessa unidade para avançar. E para avançar devemos sentir o ombro de cada cidadão deste país”, comentou.
De acordo com a CEC, em segundo lugar aparece o candidato comunista, o milionário Pavel Grudinin, com 13,39%, muito à frente do líder ultranacionalista Vladímir Khirinovski, na terceira posição com 6,34%.
Em quarto lugar aparecia a única mulher candidata, a jornalista Ksenia Sobchak, com 1,42%, enquanto os outros quatro candidatos não conseguiram sequer 1%.
Pleito
Cerca de 110 milhões de cidadãos foram convocados para escolher o líder político do país nos próximos seis anos. Números preliminares apontam que 51,9% dos eleitores compareceram às urnas até o início da tarde deste domingo. Institutos de pesquisa, no entanto, apontam que o comparecimento deve oscilar entre 63% e 67% do eleitorado. Desde o início da campanha, o governo russo incentivou o comparecimento, uma ação que foi encarada por analistas como um desejo de Putin de assegurar um mandato incontestável
Suspeitas
O grupo de monitoramento eleitoral Golos disse que recebeu dezenas de queixas, denunciando irregularidades eleitorais e violações em todo o país. As notificações incluem várias urnas fora do alcance decâmeras de observação e mudanças de última hora nas listas de registro de eleitores.
O grupo também disse que registrou um aumento “alarmante” de queixas sobre patrões forçando ou pressionando seus trabalhadores a votar e assim ajudar a dar à eleição uma aparência legítima.
Como o extenso território da Rússia abrange 11 fusos horários, a votação se estendeu por um total de 21 horas. A jornada eleitoral começou às 22h00 do sábado (18h00 em Brasília), em Kamchatka, Chukotka e Magadan, regiões mais orientais do país, e foi concluída no território de Kaliningrado, no extremo ocidental às 19h00 do domingo (15h00 em Brasília).
A votação foi realizada em mais de 97 mil seções eleitorais na Rússia, além de 400 em outros 145 países. Os russos que vivem na Ucrânia, contudo, não exerceram seu direito ao voto. Kiev anunciou que não foi concedida a permissão de entrar nas representações diplomáticas russas em seu território, já que o governo local considera a Rússia “país agressor” e suas eleições presidenciais, “ilegais”.
Por sua vez, a península da Crimeia, território ucraniano anexado unilateralmente pela Rússia em 2014, participou pela primeira vez de um pleito presidencial russo, justamente no quarto aniversário da assim chamada “reunificação”.