Putin desafia Tribunal de Haia e viaja para país que deveria prendê-lo
É a primeira vez que Putin viaja para um país que deveria cumprir o mandado de prisão emitido pelo Tribunal de Haia contra ele
atualizado
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Driblando a caçada do Tribunal de Haia, que em março de 2023 emitiu um mandado de prisão contra Vladimir Putin, o presidente da Rússia chegou à Mongólia nesta segunda-feira (2/9) para uma visita oficial. Esta é a primeira vez que o líder russo viaja para um país que deveria cumprir a ordem da Corte Internacional.
Apesar de reconhecer a jurisdição de Haia e ser obrigado, em tese, a deter Putin, o governo da Mongólia recebeu o presidente russo com todas as honrarias de um chefe de Estado.
Segundo o Kremlin, a viagem de Putin à Mongólia vai durar dois dias, e será pautada por reuniões bilaterais com o governo mongol e a assinatura de documentos.
Ucrânia pede a prisão de Putin
Antes do presidente da Rússia viajar para a Mongólia, Keiv se manifestou publicamente e pediu que o mandado de prisão contra Putin fosse cumprido por autoridades locais.
“Apelamos às autoridades mongóis para que executem o mandado de prisão internacional vinculativo e transfiram Putin para o Tribunal Penal Internacional em Haia”, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado na última sexta-feira (30/8).
A União Europeia também se manifestou, e pediu o cumprimento da decisão.
Apesar dos esforços, o porta-voz do Kremlin, Dmistry Peskov afirmou que a possível execução do mandado contra Putin não era uma preocupação do governo russo.
“Não estamos preocupados. Mantemos um diálogo maravilhoso com nossos amigos na Mongólia”, declarou o porta-voz do governo russo, na última semana.
Em outras ocasiões, no entanto, Putin demonstrou preocupação e deixou de comparecer a eventos internacionais. A última cúpula dos Brics, realizada em agosto de 2023 na África do sul, foi um deles.
O Kremlin, recentemente, não descartou a possibilidade de Putin participar da próxima cúpula do G20, que será realizada em novembro deste ano no Brasil.