1 de 1 Vladimir Putin, presidente da Russia. Ele veste blazer escuro e camiseta branca - Metrópoles
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Pressionado, o presidente russo, Vladimir Putin, convocou ministros do governo para criar formas de “sabotar” as sanções econômicas contra o país. A Rússia tem sofrido embargos após ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Nesta quinta-feira (10/3), no Kremlin, sede do governo russo, Putin reuniu integrantes da cúpula do governo das áreas de Economia, Defesa e Comércio Exterior.
“As sanções contra a Rússia não são legítimas. O Ocidente tenta culpar a Rússia por seus próprios erros”, reclamou Putin ao abrir a reunião.
Proibição
O governo proibiu a exportação de 200 produtos até o fim de 2023. São equipamentos nas áreas de telecomunicação, médica, automobilística, elétrica, agricultura e tecnologia. A medida tinha sido anunciada na terça-feira (8/3), mas não havia detalhamento.
A decisão é a resposta russa às sanções e aos bloqueios impostos pelo Ocidente. “Esta é a resposta lógica às medidas impostas contra a Rússia. Elas têm por objetivo interromper setores fundamentais da economia”, disse o ministro da Economia russo.
Além desses equipamentos, alguns produtos provenientes de exploração florestal, como madeira, foram proibidos, pontuou o ministro, sem entrar em detalhes de quais seriam.
Embargos
Se a guerra parece longe do fim, as sanções contra a nação comandada pelo presidente Vladimir Putin, não. Líderes de Reino Unido, Canadá e Holanda anunciaram “coalizão militar e econômica” contra a Rússia, que reclama de uma “guerra econômica”.
Nenhum conflito armado tem efeitos restritos ao front. Quando o assunto é economia, o mundo assiste à disparada do preço do petróleo e se preocupa. Os Estados Unidos proibiram a compra do petróleo russo com o objetivo de isolar Putin. No Brasil, a Petrobras reajustou o preço da gasolina e do gás de cozinha.
O preço do barril de petróleo bruto Brent subia mais de 4% nesta quinta-feira, em resposta à negativa dos Emirados Árabes de aumentar a produção. O barril chegou a ser negociado a US$ 115,38.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Nas terras comandadas por Vladimir Putin, os preços estão em disparada após uma série de sanções econômicas de países do Ocidente.
A inflação está em alta. O rublo, moeda oficial, extremamente desvalorizado. Isso sem abordar a crise no setor do petróleo com os embargos contra o óleo produzido no país.
Agências internacionais de notícias informaram nessa quarta-feira (9/3) que a inflação anual na Rússia acelerou para 9,15% em fevereiro, ante 8,73% em janeiro. É a maior alta em sete anos. O preço de pão, açúcar, gasolina e materiais de construção disparou.