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Putin manda governo sabotar sanções e proíbe a venda de 200 produtos

A ideia é criar “contrassanções”, como chamam a manobra, aos países do Ocidente. “As sanções contra a Rússia não são legítimas”, diz Putin

atualizado

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Vladimir Putin, presidente da Russia. Ele veste blazer escuro e camiseta branca - Metrópoles
1 de 1 Vladimir Putin, presidente da Russia. Ele veste blazer escuro e camiseta branca - Metrópoles - Foto: Mikhail Svetlov/Getty Images

Pressionado, o presidente russo, Vladimir Putin, convocou ministros do governo para criar formas de “sabotar” as sanções econômicas contra o país. A Rússia tem sofrido embargos após ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Nesta quinta-feira (10/3), no Kremlin, sede do governo russo, Putin reuniu integrantes da cúpula do governo das áreas de Economia, Defesa e Comércio Exterior.

“As sanções contra a Rússia não são legítimas. O Ocidente tenta culpar a Rússia por seus próprios erros”, reclamou Putin ao abrir a reunião.

Proibição

O governo proibiu a exportação de 200 produtos até o fim de 2023. São equipamentos nas áreas de telecomunicação, médica, automobilística, elétrica, agricultura e tecnologia. A medida tinha sido anunciada na terça-feira (8/3), mas não havia detalhamento.

A decisão é a resposta russa às sanções e aos bloqueios impostos pelo Ocidente. “Esta é a resposta lógica às medidas impostas contra a Rússia. Elas têm por objetivo interromper setores fundamentais da economia”, disse o ministro da Economia russo.

Além desses equipamentos, alguns produtos provenientes de exploração florestal, como madeira, foram proibidos, pontuou o ministro, sem entrar em detalhes de quais seriam.

Embargos

Se a guerra parece longe do fim, as sanções contra a nação comandada pelo presidente Vladimir Putin, não. Líderes de Reino Unido, Canadá e Holanda anunciaram “coalizão militar e econômica” contra a Rússia, que reclama de uma “guerra econômica”.

Nenhum conflito armado tem efeitos restritos ao front. Quando o assunto é economia, o mundo assiste à disparada do preço do petróleo e se preocupa. Os Estados Unidos proibiram a compra do petróleo russo com o objetivo de isolar Putin. No Brasil, a Petrobras reajustou o preço da gasolina e do gás de cozinha.

O preço do barril de petróleo bruto Brent subia mais de 4% nesta quinta-feira, em resposta à negativa dos Emirados Árabes de aumentar a produção. O barril chegou a ser negociado a US$ 115,38.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Economia despenca

Nas terras comandadas por Vladimir Putin, os preços estão em disparada após uma série de sanções econômicas de países do Ocidente.

A inflação está em alta. O rublo, moeda oficial, extremamente desvalorizado. Isso sem abordar a crise no setor do petróleo com os embargos contra o óleo produzido no país.

Agências internacionais de notícias informaram nessa quarta-feira (9/3) que a inflação anual na Rússia acelerou para 9,15% em fevereiro, ante 8,73% em janeiro. É a maior alta em sete anos. O preço de pão, açúcar, gasolina e materiais de construção disparou.

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