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Putin intensifica ataques e radicaliza: “Objetivos serão alcançados”

Presidente russo fez o alerta a interlocutores do governo. A porta-voz da diplomacia voltou a citar “neonazismo” para justificar os ataques

atualizado

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Stringer /Agência Anadolu via Getty Images
Separatistas pró-russos, em uniformes sem insígnias, se reúnem no assentamento controlado pelos separatistas de Mykolaivka (Nikolaevka) e Bugas, na região de Donetsk (DPR) da Ucrânia - Metrópoles
1 de 1 Separatistas pró-russos, em uniformes sem insígnias, se reúnem no assentamento controlado pelos separatistas de Mykolaivka (Nikolaevka) e Bugas, na região de Donetsk (DPR) da Ucrânia - Metrópoles - Foto: Stringer /Agência Anadolu via Getty Images

Em declarações que elevam a crise no Leste Europeu, o presidente russo, Vladimir Putin, radicalizou e garantiu que as tropas da Rússia devem continuar os combates. A Ucrânia vive o oitavo dia de guerra.

Nesta quinta-feira (3/3), em pronunciamento transmitido do Kremlin, sede do governo russo, Putin alertou: “Os objetivos da operação da Rússia na Ucrânia serão alcançados em qualquer caso”, afirmou a integrantes do governo.

Na prática, o presidente russo quer garantir a desmilitarização do país invadido. Isso envolve a posse de armas nucleares e a adoção de um status neutro sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Putin ordenou que as tropas intensifiquem os bombardeios. Os ataques têm causado cada vez mais mortes e atingido grandes centros habitados.

Horas após a fala do líder russo, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, fez um pronunciamento transmitido ao vivo de Moscou. Ela criticou a aprovação de uma resolução na Organização das Nações Unidas (ONU) e a forma como o Ocidente tem se comportado durante o conflito.

“O Exército ucraniano usa a comunidade pacífica como escudo”, acusou, sem apresentar detalhes. Para Zakharova, o mundo está praticando “xenofobia e intolerância” contra a Rússia.

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Duas mulheres levantam os braços enquanto vários agentes tentam expulsá-las de um protesto em frente à embaixada russa na Espanha, 3 de março de 2022, em Madri, Espanha
Civis constroem barricadas de ferro e armadilhas para bloquear veículos blindados e ajudar a defender a cidade em meio a ataques russos em Lviv, Ucrânia
Soldados ucranianos patrulham em frente ao Monumento da Independência durante ataques russos em Kiev
Soldados ucranianos patrulham em frente ao Monumento da Independência durante ataques russos em Kiev
Uma visão dos danos causados em assentamentos civis, após ataques russos em Kharkiv, Ucrânia, em 3 de março de 2022
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Os refugiados chegam à cidade fronteiriça húngara de Zahony em um trem que veio da Ucrânia

Christopher Furlong/Getty Images
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Duas mulheres levantam os braços enquanto vários agentes tentam expulsá-las de um protesto em frente à embaixada russa na Espanha, 3 de março de 2022, em Madri, Espanha

Ricardo Rubio/Europa Press via Getty Images
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Civis constroem barricadas de ferro e armadilhas para bloquear veículos blindados e ajudar a defender a cidade em meio a ataques russos em Lviv, Ucrânia

Abdullah Tevge/Agência Anadolu via Getty Images
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Soldados ucranianos patrulham em frente ao Monumento da Independência durante ataques russos em Kiev

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Soldados ucranianos patrulham em frente ao Monumento da Independência durante ataques russos em Kiev

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Uma visão dos danos causados em assentamentos civis, após ataques russos em Kharkiv, Ucrânia, em 3 de março de 2022

Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia/Agência Anadolu via Getty Images
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Um empreiteiro ucraniano de Leipzig fica na fronteira ucraniana-polonesa em Medyka. O homem aguarda autorização para passar por um transporte de socorro com medicamentos

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Uma visão dos danos causados em assentamentos civis, após ataques russos, em Kharkiv, Ucrânia, em 3 de março de 2022

Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia/Agência Anadolu via Getty Images
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Prédios e estruturas após ataques russos em Kharkiv, Ucrânia

Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia/Agência Anadolu via Getty Images

A porta-voz repetiu o discurso de Putin e de outros integrantes do alto escalão do governo de que essa ação é uma defesa da segurança russa e que a intenção é “libertar os ucranianos do neonazismo”.

“O povo ucraniano foi transformado em instrumento do Ocidente. Denunciamos crimes cometidos por nacionalistas na Ucrânia”, salientou. “O que a mídia ocidental faz é um crime verdadeiro”, concluiu.

Ameaça nuclear

Pelo segundo dia consecutivo, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, citou um possível uso de armas nucleares. Agora, ele defendeu que “políticos ocidentais também considerarem uma guerra nuclear”.

“Todo o mundo sabe que uma terceira guerra mundial só pode ser nuclear, mas eu gostaria de chamar a atenção que está na cabeça dos políticos ocidentais a ideia de uma guerra nuclear, não na cabeça dos russos”, afirmou Lavrov em uma entrevista coletiva em Moscou.

Na quarta-feira (2/3), em entrevista à TV Al Jazeera, canal transmitido no Catar, o chefe da diplomacia russa comentou o que seria um conflito dessa proporção. “A terceira guerra mundial seria uma guerra nuclear devastadora”, disse o diplomata russo.

Putin reuniu-se, no domingo (27/2), com os ministros da Defesa, Serguei Choigu, e do Estado Maior, Dmitry Yuryevich Grigorenko, no Kremlin. No encontro, o mandatário ordenou que os ministros colocassem as forças nucleares em “regime especial de alerta”, conforme divulgado pela agência de notícias russa Tass.

Mapa regiões atacadas Ucrânia
Mapa ilustra os locais onde o país foi atacado

Ataques e negociação

Os novos ataques do Exército ocorrem a poucas horas de nova rodada de negociações entre Ucrânia e Rússia para eventual cessar-fogo e retirada das tropas russas. A conversa ocorrerá em Brest, em Belarus.

Na noite de quarta-feira, o Ministério da Defesa ucraniano informou a morte de seis pessoas, entre elas duas crianças. O ataque a Izium, na região de Kharkiv, teria começado às 23h59 (horário da Ucrânia).

Além de Kiev, capital ucraniana e coração do governo, Chemihiv, Ivankiv, Zhytomyr, Lviv, Chemowitz, Kherson, Odessa, Mykolaiv, Kamianske, Dnipro, Kharkiv, Mariupol, Belgorod, Boryspil e Chernobyl estão sob a mira dos russos.

Segundo os serviços de saúde ucraniano, só em Kharkiv pelo menos 34 civis morreram nas últimas 24 horas.

Os russos sitiaram Kiev, capital ucraniana e centro do governo nacional. O Exército diz ter dominado Kherson durante a madrugada dessa quarta-feira. Um único ataque matou 21 pessoas em Kharkiv.

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