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Putin impõe lei marcial nas quatro regiões anexadas da Ucrânia

Com a decisão, militares russos tomam o controle da administração das regiões de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk

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Putin impõe lei marcial nas quatro regiões anexadas na Ucrânia. Na foto, ele discursa diante de microfones, usando terno, com duas bandeiras da Rússia atrás - Metrópoles
1 de 1 Putin impõe lei marcial nas quatro regiões anexadas na Ucrânia. Na foto, ele discursa diante de microfones, usando terno, com duas bandeiras da Rússia atrás - Metrópoles - Foto: Contributor/Getty Images

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou, nesta quarta-feira (19/10), que assinou um decreto para introduzir lei marcial nas quatro regiões da Ucrânia anexadas ao território russo em setembro. A declaração ocorreu durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional.

A lei, publicada no site do Kremlin e implementada em cenários de conflitos e crises civis e políticas, concede poderes de emergência de longo alcance e substitui as legislações e autoridades civis por normas militares.

Em fevereiro deste ano, no início da invasão das tropas russas à Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky chegou a introduzir a mesma medida em seu país.

As regiões de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk foram anexadas no fim de setembro, após referendo considerado ilegal pela comunidade internacional. Com a incorporação das zonas, a Rússia passou a considerar as quatro regiões como parte de seu próprio território.

Em um decreto publicado também nesta quarta, Putin restringiu o movimento de entrada e saída de civis e instaurou uma “mobilização econômica” em oito regiões estratégicas.

São elas: Krasnodar, Belgorod, Bryansk, Voronezh, Kursk e Rostov — na fronteira com a Ucrânia —, e os territórios da Crimeia e Sebastopol, anexados ilegalmente pelo Kremlin em 2014.

No pronunciamento, o chefe do Kremlin justificou que está concedendo autoridade adicional aos líderes de todas as províncias russas para manter a ordem pública e aumentar a produção em apoio à guerra na Ucrânia, que ocorre desde fevereiro.

“Estamos trabalhando para resolver tarefas muito complexas e de grande escala para garantir um futuro confiável para a Rússia, o futuro de nosso povo”, declarou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Escalada do conflito

Durante o discurso, o líder russo também insinuou uma nova escalada da guerra, chamando as autoridades ucranianas de “satanistas”, por terem ignorado suas advertências.

“A Rússia tem repetidamente dado uma chance ao comando dos satanistas para cair em si. Mas não fomos ouvidos ou ignorados. Agora tudo será diferente, vamos ditar os termos”, disse Putin.

A mais nova estratégia das forças da Rússia é mirar em infraestrutura de grandes cidades ucranianas, na tentativa de intimidar e coibir movimentos das forças de Kiev para recuperarem territórios incorporados por forças inimigas. O governo russo confirmou ter adotado a tática.

Embora tenha atingido repetidamente cidades densamente povoadas em todo o país, o Kremlin negou deliberadamente atacar civis. Líderes militares russos sustentam que têm mirado a infraestrutura militar e energética em terreno adversário.

Na última semana, a Rússia orquestrou o maior ataque desde o início da guerra, em fevereiro, e mirou pelo menos 10 cidades em território ucraniano. Os bombardeios ocorreram em retaliação à explosão que derrubou um trecho da ponte que liga a Península da Crimeia ao território continental russo.

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