Putin fecha jornal independente; TV estatal defende mais bombardeiros
A escalada da repressão ocorre após o naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto
atualizado
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A cobertura da imprensa russa continua sob grande controle do governo de Vladimir Putin. As mais recentes investidas foram o bloqueio de um jornal na internet e uma campanha de defesa de represália contra a Ucrânia na TV estatal russa.
O Roscomnadzor, órgão regulador da comunicação da Rússia, determinou a retirada do ar do site do jornal digital The Moscow Times, principal publicação russa em inglês e criada pouco depois do fim da União Soviética.
A Rússia também bloqueou o site da rádio francesa RFI, que transmite informações em 15 idiomas, incluindo em russo.
O jornal independente russo Novaya Gazeta passou a publicar em inglês por meio das redes sociais para fugir ao cerco do Kremlin à comunicação social.
A escalada da repressão ocorre após o naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.
Nesta sexta-feira (15/4), a televisão estatal russa passou a transmitir conteúdo que defende o bombardeio de Kiev como vingança pelo afundamento do navio de guerra Moskva.
Russian state TV pundits urge the Russian army to bomb Kyiv and destroy Ukrainian railways in response to the sinking of Russia’s Moskva warship.
Video: Twitter / Julia Davis pic.twitter.com/jIEUhrDed8
— Novaya Gazeta. Europe (@novayagazeta_en) April 15, 2022
Guerra avança
A tensão voltou a subir no Leste Europeu após novos ataques ucranianos contra o território russo. O país liderado por Vladimir Putin, que havia prometido trégua a Kiev, sinalizou que vai bombardear a capital.
Mais de 20 edifícios e uma escola foram alvo de mísseis ucranianos. A região atacada fica em Belgorod, no sudeste da Rússia, próximo à fronteira entre os dois países. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira pela agência russa de notícias Tass.
Em represália, o governo russo anunciou novos ataques em Kiev. A determinação ocorre duas semanas após Putin indicar a retirada de tropas da cidade. “O número e a frequência de ataques com mísseis a instalações em Kiev aumentará”, informou o Ministério da Defesa russo.
A Rússia e a Ucrânia vivem embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar coordenada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro. A guerra completa, nesta sexta-feira 51 dias.
Ataque em Kharkiv
O governo ucraniano afirmou que sete civis morreram e 27 ficaram feridos em um ataque russo contra um ônibus que retirava pessoas da região de Kharkiv, no leste do país.
“Em 14 de abril, militares russos dispararam contra um ônibus de retirada com civis na cidade de Borova. Segundo as primeiras informações, sete pessoas morreram e 27 ficaram feridas”, informou a Procuradoria-Geral no Telegram.