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Putin e Kim Jong Un assinam acordo de ajuda mútua em caso de invasões

Coreia do Norte e Rússia fazem acordo estratégico em reaproximação militar que preocupa o Ocidente. Documento resgata acordo da Guerra Fria

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Kremlin Press Office / Handout/Anadolu via Getty Images
Foto colorida do presidente russo, Vladimir Putin, apertando a mão do presidente de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Jong-un enquanto eles posam para uma foto durante sua reunião bilateral em Pyongyang, Coreia do Norte, em 19 de junho. 2024 - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do presidente russo, Vladimir Putin, apertando a mão do presidente de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Jong-un enquanto eles posam para uma foto durante sua reunião bilateral em Pyongyang, Coreia do Norte, em 19 de junho. 2024 - Metrópoles - Foto: Kremlin Press Office / Handout/Anadolu via Getty Images

O presidente russo Vladimir Putin e o líder norte-coreano Kim Jong Un assinaram um acordo de parceria estratégica em Pyongyang nesta quarta-feira (19/6) , informaram as agências de notícias russas. Até o momento, o conteúdo do documento não foi revelado. O líder norte-coreano ainda garantiu à Rússia seu “total apoio” e “solidariedade” em seu conflito com a Ucrânia, durante a visita do presidente russo.

De acordo com as agências de imprensa russas, as conversas frente a frente entre os dois líderes duraram cerca de duas horas e foram precedidas por amplas negociações. O acordo entre a Rússia e a Coreia do Norte prevê assistência mútua em caso de “agressão”, segundo declarações de Vladimir Putin. Na segunda-feira (17/6), o Kremlin indicou que esse acordo de “parceria estratégica abrangente” refletiria “as profundas mudanças na situação geopolítica do mundo”, em um momento em que a Rússia e a Coreia do Norte consideram os Estados Unidos como um inimigo existencial.

Durante a reunião, Kim Jong Un ainda expressou “seu total apoio e solidariedade ao governo, ao exército e ao povo russo na condução da operação militar especial na Ucrânia para proteger a soberania, os interesses de segurança e a integridade territorial”.

Troca de presentes

O conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov, também disse à mídia russa que Vladimir Putin e Kim Jong-Un haviam trocado presentes. De acordo com ele, o presidente russo deu a líder norte-coreano um carro de luxo de fabricação russa, bem como um jogo de chá. Quanto aos presentes dados ao chefe de Estado russo, Ushakov disse, de acordo com a agência Tass, que Putin havia recebido obras de arte que o representavam. Ele as descreveu como “belos presentes”. “Há diversas variações de imagens, todas muito artísticas, incluindo bustos”, disse.

Ocidente teme cooperação militar

A Rússia e a Coreia do Norte, alvo de sanções internacionais, estreitaram seus laços desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. A viagem de Putin a Pyongyang, primeira em 24 anos, é uma nova prova de sua aproximação com o dirigente norte-coreano. Potências do ocidente temem o aumento da cooperação militar entre Moscou e Pyongyang, que, segundo elas, já está fornecendo ao exército russo munição e mísseis para sua ofensiva na Ucrânia.

Os Estados Unidos acusaram Moscou de usarem mísseis balísticos norte-coreanos contra a Ucrânia. Em troca, a Rússia teria fornecido ajuda para aprimorar o sistema de satélites norte-coreano e enviado ajuda para lutar contra a escassez de alimentos no país.

Kim Jong-Un comemorou a visita de Putin, ressaltando os laços entre “os indefectíveis irmãos de armas” – a relação entre russos e norte-coreanos data da época soviética. Em sua viagem à Rússia, em setembro de 2023, o dirigente norte-coreano já havia declarado que a amizade entre os dois países era “a prioridade número um” de seu regime, ainda que a China seja o principal apoio econômico e aliado diplomático de Pyongyang.

Vizinho do Sul teme acordo

A Coreia do Sul teme as repercussões dessa “amizade” entre Moscou e Pyongyang, em um momento em que reforça seu apoio à Ucrânia. Após ter fornecido uma expressiva ajuda militar a Kiev, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, visitou o país no último mês. Além disso, em março, a Rússia utilizou seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para colocar um fim à vigilância das violações das sanções internacionais visando a Coreia do Norte – um verdadeiro presente para Pyongyang.

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