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Putin descarta acordo de paz: “Ucrânia não demonstra atitude séria”

Em comunicado oficial divulgado pelo Kremlin, sede do governo russo, Putin reafirmou seu posicionamento: não irá recuar

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Presidente da Rússia, Vladimir Putin, faz gesto enquanto fala em evento - Metrópoles
1 de 1 Presidente da Rússia, Vladimir Putin, faz gesto enquanto fala em evento - Metrópoles - Foto: Mikhail Svetlov/Getty Images

Cercado de pressão por todos os lados, o presidente russo, Vladimir Putin, descartou qualquer acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, país que ele ordenou ser invadido e bombardeado em 24 de fevereiro.

No início da noite desta terça-feira (15/3), em comunicado oficial divulgado pelo Kremlin, sede do governo russo, Putin reafirmou que não irá recuar.

Para ele, a Ucrânia não “demonstra atitude séria” nas negociações por uma solução para o conflito que já dura 20 dias.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

O líder russo fez as declarações em conversa telefônica com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, de acordo com comunicado divulgado pelo Kremlin.

Putin também alegou que os líderes da União Europeia ignoraram as “ações criminais e desumanas” de forças militares ucranianas em Donetsk, onde teriam realizada um ataque com mísseis a uma área residencial.

O presidente russo trata a guerra como uma “operação especial na Ucrânia”. “Kiev não demonstra uma atitude séria para encontrar soluções mutuamente aceitáveis”, afirma o Kremlin.

Apelo

Michel declarou que enfatizou a “urgente necessidade” de encerrar a guerra durante a conversa com Putin. “A União Europeia está unida na condenação da agressão da Rússia, respondendo com sanções poderosas e fornecendo mais apoio à Ucrânia”, defendeu.

O presidente do Conselheiro Europeu pediu que Moscou retire as tropas do país vizinho, em um cessar-fogo imediato, e que Putin pare o “bombardeio indiscriminado” de civis. “A Rússia deve permitir urgentemente o acesso humanitário e a passagem segura”, solicitou.

Negociação fracassa

Fracassou novamente uma tentativa de atingir a paz. A reunião entre representantes dos presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, terminou sem consenso, e os bombardeios no Leste Europeu continuarão.

O porta-voz ucraniano, Mykhailo Podoliyak, confirmou que um novo encontro ocorrerá nesta quarta-feira (16/3) – será a sexta tentativa de acordo.

“Vamos continuar amanhã. Um processo de negociação muito difícil. Existem contradições fundamentais. Mas definitivamente há espaço para concessões. Durante o intervalo, o trabalho continuará em subgrupos”, informou.

A negociação do cessar-fogo foi retomada após o encontro de segunda-feira (14/3) acabar com uma “pausa técnica”. Um formalismo que significa falta de concordância político-diplomática.

Biden vai à Europa

O recrudescimento da guerra fez o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mudar de ideia e viajar à Europa. O norte-americano participará de uma reunião emergencial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na próxima semana.

A viagem é simbólica e estratégica. A intenção de Biden é demonstrar união e fazer com que o presidente russo, Vladimir Putin, recue. Além disso, o norte-americano negociará com líderes europeus mais sanções econômicas contra a Rússia.

Será a primeira visita de Biden ao continente após o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro. A cúpula da aliança militar se reúne, em Bruxelas, em 24 de março.

Clique aqui e veja a cobertura completa da guerra na Ucrânia. 

“Vamos abordar a invasão da Ucrânia pela Rússia, nosso forte apoio à Ucrânia, e fortalecer ainda mais a dissuasão e a defesa da Otan”, anunciou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, ao ressaltar que o momento é “crítico”.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, deu detalhes do que Biden fará. “Enquanto ele estiver lá, seu objetivo é se encontrar pessoalmente com seus colegas europeus e conversar, avaliar onde estamos neste momento do conflito na invasão da Ucrânia pela Rússia. Estamos incrivelmente alinhados até hoje”, adiantou.

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