Putin chama explosão de ponte de terrorismo e responsabiliza a Ucrânia
Presidente russo vai comandar reunião do Conselho de Segurança do país nesta segunda (10/10) e pode anunciar retaliações
atualizado
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O presidente russo, Vladimir Putin, está tratando como atentado terrorista cometido por ucranianos a explosão que danificou uma importante ponte entre a Criméia e a Rússia no último sábado (8/10).
Em um movimento político que indica que haverá retaliação, o governo de Putin transmitiu trechos de uma reunião do comitê de investigação criado para tratar da explosão, que matou ao menos três pessoas e danificou a estrutura que é a única ligação entre a Rússia e o território anexado.
“Foi um ataque terrorista destinado a destruir a infraestrutura civil crítica da Federação Russa (…) e os autores são serviços especiais da Ucrânia”, disse Putin. Veja:
Em reunião com Putin, chefe do Comitê de Investigação russo responsabiliza a Ucrânia por explosão na Ponte da Crimeia e classifica o ato como um ataque terrorista.
O presidente russo convocou uma reunião do Conselho de Segurança para esta segunda-feira (10).
(Via: @SamPancher) pic.twitter.com/TIwaGSegGY
— Metrópoles (@Metropoles) October 9, 2022
Putin presidirá, nesta segunda-feira (10/10), uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia. O evento não é uma novidade, mas a expectativa de observadores internacionais é de que a Rússia possa anunciar retaliações que podem significar um agravamento da guerra na Ucrânia, provocada pela invasão russa, em fevereiro deste ano.
A importância da ponte de Kerch
A Rússia construiu a ponte de Kerch para ligar a então recém-anexada Península da Crimeia à região russa de Krasnodar Krai, no norte do Cáucaso. A ponte foi inaugurada em 2018 na presença do presidente russo, Vladimir Putin, e custou 3,6 bilhões de dólares na época. Com uma extensão de 19 quilômetros, o ambicioso projeto, feito para ajudar a reforçar a infraestrutura da Crimeia e fortalecer sua conexão com a Rússia, é a ponte mais longa da Europa.
Kiev acusou a Rússia de prejudicar o meio ambiente e obstruir a passagem de grandes navios com a construção da ponte, que atravessa o Estreito de Kerch, que liga o Mar de Azov ao Mar Negro.
A ponte representa uma importante fonte de suprimentos para as forças russas na região ocupada de Kherson, na Ucrânia, uma das quatro áreas que Moscou anexou ilegalmente no final de setembro. Por Kherson, a intenção de Moscou era conectar a Crimeia às regiões de Donetsk e Lugansk, onde separatistas pró-Rússia travaram uma insurgência contra Kiev desde 2014.