Putin presenteia Kim Jong-un com carro de luxo e revolta Coreia do Sul
Putin presenteou Kim Jong-un com uma limousine de luxo e causou revolta na Coreia do Sul, que aplicou sanções contra a Rússia
atualizado
Compartilhar notícia
Em mais um gesto de aproximação, Vladimir Putin presenteou Kim Jong-un com uma limousine de fabricação russa. O carrão chamou a atenção do ditador da Coreia do Norte durante visita à Rússia, realizada em setembro do ano passado.
“Quando o líder da República Popular Democrática da Coreia [Coreia do Norte] esteve no cosmódromo de Vostochny, ele viu este carro. Putin mostrou-lhe pessoalmente. Como muitos, ele gostou do carro. E, por isso, a decisão foi tomada [de presenteá-lo]”, anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nessa terça-feira (20/2).
Apesar de Moscou e Pyongyang não fornecerem maiores detalhes sobre o modelo do carro enviado à Kim, o preço do veículo de luxo gira em torno de R$ 1,5 milhão e possuí características de um automóvel militar.
Além de blindagem e sistema de purificação de ar e oxigênio, a Aurus Senat ainda conta com armamentos e pneus capazes de continuar rodando mesmo furados.
Veja:
Pyongyang classificou o presente como uma “demonstração clara das relações amistosas entre os líderes dos dois países”, que vem estreitando laços e causando preocupação na comunidade internacional desde o último ano.
Após a revelação do “mimo” de Putin a Kim Jong-un, a Coreia do Sul acusou o presidente russo de violar as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Coreia do Norte.
Em uma das primeiras resoluções contra os norte-coreanos, o órgão aprovou em 2006 o veto a exportação de bens de luxo para o país em resposta ao primeiro teste nuclear realizado pela dinastia Kim.
“As sanções proíbem o fornecimento, venda ou transferência direta e indireta de todos os meios de transporte para a Coreia do Norte, independentemente da origem”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Lim Soo-suk em uma entrevista na tarde de terça-feira (20/2).
Segundo o funcionário de Seul, por ser um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU a Rússia tem a obrigação de cumprir as sanções impostas contra o país liderado por Kim Jong-un.
“Todos os estados membros da ONU têm a obrigação de cumprir integralmente as resoluções de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte”, afirmou.
Resposta imediata após presente dado por Putin
Além de classificar o presente luxuoso como uma violação de medidas da ONU contra Pyongyang, Seul anunciou uma série de restrições ao fornecimento de bens da Coreia do Sul para a Rússia, que entram em vigor a partir do próximo sábado (24/2).
Ao todo, 682 itens foram limitados para a Rússia, entre eles máquinas de construção pesadas, baterias recarregáveis, peças de aviação e automóveis, aumentando para 1.159 os tipos de mercadorias sob controle de exportação.
Apesar de alegar que as sanções, anunciadas em dezembro de 2023, são uma resposta a invasão da Rússia na Ucrânia, as restrições comerciais coincidem com o momento de maior aproximação entre Moscou e Pyongyang, que preocupa o Ocidente e seus aliados.
Durante o encontro entre Kim e Putin, em setembro passado, acredita-se que um dos principais pontos da reunião tenha sido o fornecimento de munições da Coreia do Norte em troca de tecnologia militar da Rússia.
No início de 2024, o Kremlin reiterou o fortalecimento de laços com o país liderado por Kim Jong-un, afirmando que a parceria se estende “em todas as áreas, inclusive as sensíveis” em meio ao aumento da tensão e retórica militar na península coreana.