metropoles.com

Putin assina anexação de zonas ucranianas: “Fizeram suas escolhas”

Cerimônia desta sexta (30) formaliza incorporação de 4 regiões ao território da Rússia. Referendo é “ilegal”, segundo a Ucrânia e aliados

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Andre Borges/Esp. Metrópoles
Sob fundo azul com parte da bandeira da China, o presidente russo Vladimir Putin fala em evento. Dois microfones estão posicionados a sua frente - Metrópoles
1 de 1 Sob fundo azul com parte da bandeira da China, o presidente russo Vladimir Putin fala em evento. Dois microfones estão posicionados a sua frente - Metrópoles - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

O presidente da Rússia, Vladmir Putin, formalizou nesta sexta-feira (30/9) a anexação de 15% do território ucraniano durante cerimônia no Palácio do Kremlin com políticos e outros aliados do governo. A medida é considerada “ilegal” pela Ucrânia e fere princípios do direito internacional.

No início do evento, o líder russo disse que “as pessoas fizeram suas escolhas”, em referência à vitória proclamada por Moscou nos referendos realizados em Donetsk e Luhansk, no leste, e em Kherson e em Zaporizhzhia, ao sul do país. A votação não foi reconhecida por Kiev e pelos países ocidentais aliados da Ucrânia.

Putin também afirmou que o Ocidente, ao contestar as anexações, “está procurando uma nova forma de destruir a Rússia”, e alegou estar pronto para retomar negociações de um cessar-fogo com Kiev, mas sem abrir mão dos territórios incorporados.

13 imagens
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
1 de 13

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
2 de 13

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
3 de 13

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
4 de 13

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
5 de 13

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
6 de 13

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
7 de 13

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
8 de 13

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
9 de 13

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
10 de 13

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
11 de 13

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
12 de 13

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
13 de 13

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Retomando o discurso de que a Rússia e a Ucrânia são “um só povo”, em referência à antiga União Soviética, Putin disse que os moradores dessas regiões “se tornarão cidadãos russos para sempre”. 

“As pessoas foram retiradas da sua pátria natal quando a União Soviética acabou”, declarou. “Chamamos Kiev para negociar, mas não vamos discutir o desejo das pessoas, isso já foi decidido, a Rússia não vai trair as pessoas”, disse Putin.

Contudo, o presidente ucraniano, Volodomir Zelensky, já reforçou que o país não aceita fazer qualquer tipo de concessão territorial.

Arte mostra território ucraniano e russo em meio a guerra e a evolução do ataque da Rússia sob cidades atingidas - Metrópoles
A Rússia anexou a região de Donbass, onde estão Lugansk e Donetsk; Kherson e Zaporizhzhia

Ameaça ocidental

Uma parcela significativa do discurso do presidente russo foi dedicada a ataques ao Ocidente. Putin afirmou que os líderes de nações ocidentais se baseiam em pilares imperialistas e “desejam ver a Rússia como uma colônia”.

“O Ocidente não consegue sair da mentalidade colonial. Eles querem manter a hegemonia e continuam buscando meios de enfraquecer a Rússia”, afirmou.

Ele também comparou o que chama de russofobia ao racismo, e adicionou que o “mundo unipolar construído pelo Ocidente é antidemocrático”. Por fim, o líder ucraniano garantiu que protegerá a cultura russa diante do que chama de “ameaças ocidentais”, e acusou países europeus e os EUA de usarem a “escravização ao invés da democracia”.

O chefe do Kremlin também criticou o que chamou de uma “guerra híbrida” contra o país que lidera, a partir do envio de armamento à Ucrânia e do financiamento militar por parte de aliados ocidentais. Ele mencionou ainda a ameaça de uma guerra nuclear — na semana passada, Putin sugeriu que poderia usar armas nucleares diante de ameças e concluiu: “Não é um blefe”. 

Referendos

Na prática, a aprovação popular anunciada por Moscou permite que a Rússia considere as quatro regiões como parte de seu próprio território. Em caso de investida ucraniana contra essas áreas, Putin entenderia como ataque à nação russa, o que poderia provocar retaliações, inclusive com armas nucleares.

O mandatário disse que seu objetivo é “libertar” a região do Donbass, no leste da Ucrânia. E afirmou que a maioria das pessoas que vivem em regiões sob controle russo não quer mais ser governada por Kiev.

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?