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Proteção ambiental é pauta das eleições dos EUA: entenda propostas

Enquanto senadora, Kamala deixou claro seu posicionamento sobre atividades criminosas que ferem meio ambiente, já Trump mantém negacionismo

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A poucos meses da eleição para a presidência dos Estados Unidos, em novembro, algumas pautas relevantes vão ganhando força no embate entre os candidatos. A questão ambiental é um dos principais pontos de discordância entre Kamala Harris e Donald Trump. entenda as diferenças.

Enquanto a democrata é caracterizada como “defensora comprovada do clima”, o republicano se posiciona como negacionista das mudanças climáticas.

Em live com o dono do X, Elon Musk, ao ser questionado sobre as mudanças climáticas e os riscos que apresentam ao mundo, o ex-presidente alegou que “a maior ameaça não é o aquecimento global, onde o oceano vai subir um oitavo de polegada nos próximos 400 anos. A maior ameaça é o ‘aquecimento’ nuclear”.

Já Kamala fez questão de marcar seu posicionamento no discurso de aceitação durante a Convenção Democrata, em agosto deste ano. A candidata afirmou que todas as liberdades estão em jogo nesta eleição, incluindo “a liberdade de respirar ar puro, beber água limpa e viver livre da poluição que alimenta a crise climática”.

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Kamala Harris e o histórico de lutas pelo meio ambiente

O histórico de lutas pelo meio ambiente da candidata à presidência pelo Partido Democrata é antigo. Ao longo de seu mandato como senadora pela Califórnia, Kamala foi uma das primeiras patrocinadoras do Green New Deal, conjunto abrangente de propostas para encaminhar os Estados Unidos para uma energia totalmente verde.

Como vice-presidente do país, deu o voto de desempate no Inflation Reduction Act, lei climática do presidente Joe Biden aprovada com o apoio dos parlamentares democratas.

Kamala tem amplo apoio de grupos ambientalistas, os quais, em sua maioria, a chamam de “defensora comprovada do clima” e acreditam que ela enfrentará as grandes petrolíferas, ampliando ainda mais o legado climático de Joe Biden com políticas que impulsionam veículos elétricos e limitam a poluição causada pelo aquecimento global causada por usinas elétricas a carvão.

“Não voltaremos a ter um negacionista climático no Salão Oval”, disse Lena Moffitt, diretora-executiva da Evergreen Action à Associated Press.

Durante a campanha de 2020, a democrata se posicionava contra a perfuração de petróleo e ao fraturamento hidráulico, processo de extração de petróleo e gás mais conhecido como “fracking”. Porém, a campanha deste ano afirmou que Kamala mudou de opinião sobre a prática.

O fracking é uma das atividades econômicas mais lucrativas para a economia da Pensilvânia, um dos estados decisivos para definir a corrida eleitoral.

“Como vice-presidente, eu não proibi o fracking. Como presidente, eu não proibirei o fracking. Podemos desenvolver uma economia de energia limpa próspera sem proibir o fracking”, disse Kamala Harris à CNN.

A fala da candidata foi interpretada por analistas políticos como uma forma de equilibrar os eleitores do clima e os apoiadores da indústria.

Durante a administração Biden, Kamala direcionou seus esforços na implementação da lei bipartidária de infraestrutura de US$ 1 trilhão, aprovada em 2021, e nas disposições climáticas da Lei de Redução da Inflação, que garantiu quase US$ 375 bilhões em incentivos financeiros para carros elétricos e projetos de energia limpa.

Os Estados Unidos haviam sido retirados do Acordo de Paris por Donald Trump ao longo de sua administração, mas retornaram ao pacto assim que Biden assumiu a presidência.

Kamala chamou o pacto global pelo meio ambiente de crucial para enfrentar as mudanças climáticas e proteger “o futuro dos nossos filhos”.

Trump e o negacionismo climático

Enquanto Kamala Harris se apresenta como a “candidata verde”, o republicano afirma que existem coisas muito mais importantes para os Estados Unidos se preocuparem do que as questões ambientais.

Em seus comícios, Trump puxou gritos de “perfure, baby, perfure” e, durante seu discurso de aceitação na Convenção Republicana, prometeu desmantelar o “novo golpe verde” do governo Biden.

Trump também prometeu aumentar a produção de combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão e revogar partes importantes da lei climática de 2022.

“Temos mais ouro líquido sob nossos pés do que qualquer outro país, de longe. Somos uma nação que tem a oportunidade de fazer uma fortuna absoluta com sua energia”, afirmou Trump.

O argumento do Partido Republicano é que o governo Biden-Harris passou quatro anos adotando “regulamentações punitivas” à energia americana, enquanto esbanjavam créditos fiscais generosos para veículos elétricos e prioridades verdes que custam bilhões de dólares aos contribuintes.

“Este ataque de regras climáticas exageradas e ultrajantes fechará usinas de energia e aumentará os custos de energia para famílias em todo o país. Os republicanos trabalharão para detê-los e lutarão por soluções que protejam nosso ar e água e permitam que nossa economia cresça”, disse o senador republicano John Barrasso.

Indo em uma direção completamente contrária à de Kamala, Trump afirma que ampliará o fracking, uma vez que seu objetivo é que os EUA tenham a energia e a eletricidade mais baratas do mundo.

Petróleo

O ex-presidente afirmou, ainda, que aumentaria a perfuração de petróleo em terras públicas, ofereceria incentivos fiscais para produtores de petróleo, gás e carvão e aceleraria a aprovação de gasodutos de gás natural.

O candidato a vice pelo Partido Republicano, J.D.Vance, escreveu em um artigo no The Wall Street Journal que “Kamala Harris se preocupa mais com as mudanças climáticas do que com a inflação”.

Trump, enquanto presidente, classificou as mudanças climáticas como uma “farsa” e retirou os EUA do Acordo Climático de Paris de 2015.

O republicano prometeu que, se eleito, retirará novamente o país do Acordo de Paris, pois defende que o plano global para reduzir as emissões de carbono é inexequível e um presente para a China e outros grandes poluidores.

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