Promotor: Trump falsificou documentos para encobrir crimes de campanha
Segundo promotor, Trump chefiava esquema que envolvia suborno e falsificação de documentos para suprimir informações danosas à sua eleição
atualizado
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O promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, acusou nesta terça-feira (4/4) Donald Trump de falsificar declarações tributárias para encobrir crimes de campanha. O ex-presidente dos Estados Unidos (EUA) teria falsificado documentos para encobrir um esquema que suprimia, por meio de suborno, informações que fossem danosas à eleição de Trump em 2016.
Em entrevista coletiva à imprensa, Alvin Bragg disse que o ex-presidente chefiava um esquema que envolvia pagamentos pelo silêncio de pessoas que poderiam dar declarações negativas para campanha presidencial de Trump em 2016. O bilionário teria falsificado 34 documentos para encobrir os crimes.
“Isso foi feito para encobrir possíveis declarações de uma mulher chamada Stormy Daniels. Michael Coen (advogado de Trump na época) pagou US$ 130 mil para esconder informações que seriam danosas à Donald Trump”, declarou Bragg.
Trump teria organizado o esquema em 2015, às vésperas do ano eleitoral, em conjunto com executivos de sua empresa, seu ex-advogado Michael Coen e terceiros. Segundo a Promotoria, Cohen teria pago US$ 130 mil aos advogados da atriz pornô Stormy Daniels, para que ela não desse declarações sensíveis sobre Trump.
O ex-presidente compareceu ao Tribunal Criminal de Manhattan nesta terça-feira, para que fosse feito indiciamento formal do processo.
Bragg ainda diz que Trump teria aberto uma empresa para encobrir os pagamentos de silêncio feitos por Cohen, além dos honorários de seus serviços. As quantias pagas no esquema para suprimir informações eram declaradas como gastos por serviços fictícios, teoricamente realizados por Michael Cohen em 2017 para a empresa.
“O réu manteve documentos em suas mãos contendo as declarações tributárias falsas de que ele estava pagando Michael Cohen por serviços legais em 2017. Ele pessoalmente assinou cheques para pagamentos a Cohen. No total, o júri descobriu que foram 34 documentos com essas declarações falsas”, explicou Bragg nesta terça.
Segundo o promotor, o esquema era ilegal e “violou as leis eleitorais de Nova York para promover uma candidatura por meios ilegais”. Além disso, Bragg também afirmou que as declarações tributárias falsas também infringem as legislações distritais.