Príncipe saudita acusa Israel de cometer genocídio contra palestinos
O príncipe Mohammed bin Salman ainda pediu que a comunidade internacional intervenha contra os ataques de Israel no Líbano e Irã
atualizado
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O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, disse que Israel comete “genocídio” contra palestinos, e pediu que o governo de Benjamin Netanyahu encerre os ataques na Faixa de Gaza. A declaração do governante de fato do reino saudita aconteceu na segunda-feira (11/10), durante a Cúpula Árabe e Islâmica, realizada em Riad, capital do país.
Além de classificar como genocídio as ações israelenses no enclave, que já deixaram mais de 40 mil mortos desde outubro de 2023, a maioria mulheres e crianças, bin Salman pediu que a comunidade internacional trabalhe para manter a paz no Líbano e Irã após os dois territórios serem alvos de ofensivas de Israel.
“O reino afirma o seu apoio aos irmãos na Palestina e no Líbano para superarem as consequências humanitárias catastróficas da agressão israelense em curso, e apela à comunidade internacional para que cumpra as suas responsabilidades de manter a paz e a segurança internacionais, cessando imediatamente os ataques israelenses aos irmãos, na Palestina e no Líbano, e obriguem Israel a respeitar a soberania da irmã República Islâmica do Irã e a não atacar as suas terras”, declarou o príncipe saudita durante a cúpula.
As declarações de bin Salman jogam mais um balde de água fria na tentativa de estabelecimento de relações entre Arábia Saudita e Israel, que vinha sendo negociada antes do início da guerra em Gaza.
No fim do último ano, um acordo histórico entre os dois países estava próximo a acontecer. As negociações, no entanto, foram frustradas após o conflito entre Israel e Hamas estourar.
Ainda assim, autoridades sauditas já sinalizaram interesse no estabelecimento de laços entre o reino saudita – que não reconhece o estado de Israel desde a sua criação – com os israelenses após o fim da guerra.
O governo da Arábia Saudita, no entanto, afirma que a normalização de laços depende da criação de um estado independe da Palestina.