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Princesa japonesa se casa com plebeu e perde título

Ao formalizar união com namorado dos tempos de universidade, Mako, sobrinha do imperador Naruhito, é obrigada a deixar a família imperial

atualizado

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Mako de Akishino
1 de 1 Mako de Akishino - Foto: Foto: Divulgação

A princesa japonesa Mako, sobrinha do imperador Naruhito, casou-se discretamente com um plebeu nesta terça-feira (26/10), afirmando que a união – adiada por três anos devido a polêmicas e críticas – foi uma “escolha necessária”.

Ao casar-se com seu antigo colega de universidade Kei Komuro, a princesa Mako, de 30 anos, adotou o sobrenome do marido e perdeu seu título real, como previsto na legislação imperial japonesa para mulheres.

A lei também determina que apenas homens podem suceder ao trono, e os filhos de mulheres da família imperial do Japão que se casam com plebeus não são incluídos. Os próximos na linha de sucessão imperial são o pai de Mako, o príncipe Akishino, e o irmão da princesa, o príncipe Hisahito.

Mako e Komuro também quebraram a tradição ao abrir mão dos rituais e cerimônias tradicionais em casamentos reais. Além disso, em meio a críticas de muitos que consideram o casamento inadequado, a princesa recusou uma espécie de dote no valor de cerca de 1,3 milhão de dólares, que costuma ser pago a mulheres que deixam a família imperial após o casamento.

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Mako de Akishino era vista com frequência em solenidades da Família Real
Mako de Akishino é neta do imperador que comandou o Japão durante a II Guerra Mundial
Retrato da Família Real japonesa. Mako de Akishino é a da esquerda.
Mako de Akishino e Kei Komuro em 2010, ano em que se conheceram
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Foto da princesa à época em que pertencia à realeza japonesa

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Mako de Akishino era vista com frequência em solenidades da Família Real

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Mako de Akishino é neta do imperador que comandou o Japão durante a II Guerra Mundial

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Retrato da Família Real japonesa. Mako de Akishino é a da esquerda.

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Mako de Akishino e Kei Komuro em 2010, ano em que se conheceram

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Pela manhã, Mako foi vista saindo do palácio imperial vestindo um vestido azul claro e segurando um buquê. Ela se curvou diante dos pais, o príncipe Akishino e a princesa Kiko, e abraçou a irmã Kako.

Segundo a Agência Doméstica Imperial, a certidão de casamento de Mako e Kei Komuro foi submetida a uma autoridade do palácio e oficializada.

“Para mim, Kei é insubstituível. Para nós, nosso casamento foi uma escolha necessária para vivermos enquanto nutrimos nossos corações”, disse a princesa numa coletiva de imprensa transmitida pela televisão após o casamento.

“Eu amo Mako. Viverei apenas uma vez e quero passar a vida com alguém que amo”, declarou Komuro, afirmando esperar construir uma família com a princesa e que fará “de tudo para apoiá-la”.

Escândalo financeiro

Mako e Komuro, que foram colegas de classe na Universidade Cristã Internacional de Tóquio, anunciaram em setembro de 2017 que pretendiam se casar. De início, o noivado foi amplamente celebrado, mas logo a união começou a ser alvo de críticas.

Semanas depois de o casamento ser marcado para novembro de 2018, a revista semanal Shukan Josei publicou uma reportagem afirmando que a mãe de Komuro estava envolvida numa disputa financeira com um antigo namorado.

Segundo a reportagem, a mãe de Komuro – que passou por dificuldade após o marido cometer suicídio – emprestou cerca de 35 mil dólares do namorado para ajudar a pagar pelos estudos do filho. A mulher e seu antigo parceiro se envolveram depois numa disputa para determinar se o dinheiro havia sido um presente ou um empréstimo.

Em meio ao escândalo, a Agência Doméstica Imperial logo anunciou que o casamento de Mako e Komuro havia sido adiado.

A imprensa prosseguiu com reportagens sobre a família Komuro, sugerindo que o jovem havia tido vários relacionamentos amorosos durante a universidade e que ele era descendente de imigrantes coreanos.

Família imperial idealizada

Nas últimas semanas, o casamento foi descrito na mídia como a maior ameaça à estabilidade da família imperial em um século. Também circularam alegações de que Komuro não ganharia o suficiente para sustentar a ex-princesa e que a família dele estaria de olho em possíveis benefícios financeiros e sociais resultantes do casamento.

Pesquisas de opinião mostram que os japoneses estão divididos em relação ao casamento, e houve ao menos um protesto em Tóquio, com a presença sobretudo de cidadãos conservadores e de meia-idade que carregavam cartazes com palavras como “Parem o casamento amaldiçoado” ou “Komuro não”.

Analistas afirmam que a família imperial é tão idealizada que, para grande parte da opinião pública, nenhum problema envolvendo questões como dinheiro ou política deveria abalá-la.

Nova vida nos EUA

Em parte para escapar da atenção da mídia, Komuro se mudou para os Estados Unidos em 2018 para estudar Direito em Nova York. Ele se manteve em contato com a princesa e cumpriu sua promessa de retornar ao Japão em setembro deste ano para se casar com ela.

Mako se recupera agora do que médicos do palácio imperial descreveram no início deste mês como uma forma de estresse pós-traumático, desenvolvido após ver a cobertura negativa na imprensa sobre o casamento e ataques a Komuro.

Hoje, Komuro trabalha para um escritório de advocacia americano, e o casal pretende começar uma nova vida em Nova York. Não está claro se Mako trabalhará nos EUA. A princesa estudou Artes e Herança Cultural na Universidade Cristã Internacional de Tóquio e depois fez mestrado na Universidade Britânica de Leicester, no Reino Unido.

“Haverá outros tipos de dificuldade ao começarmos nossa nova vida, mas caminharemos juntos como já fizemos no passado”, disse a princesa nesta terça, agradecendo a todos que apoiaram o casal. “Eu sinceramente espero que nossa sociedade seja um lugar onde mais pessoas possam viver e proteger seus corações com o apoio de outros.”

A planejada mudança para os EUA inevitavelmente gerou comparações com outro casal real que foi alvo do escrutínio midiático: o príncipe britânico Harry e a esposa Meghan Markle.

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