Primeiro-ministro de Portugal renuncia após ser alvo de buscas da PGR
Até então primeiro-ministro português, António Costa é investigado por supostas irregularidades na exploração de lítio no país
atualizado
Compartilhar notícia
Antonio Costa apresentou a renúncia do cargo de primeiro-ministro português após ser alvo de uma operação de busca e apreensão, na manhã desta terça-feira (7/11). Ele será investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça por conta das acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) acerca de sua possível participação na exploração de lítio no município de Montalegre, em Portugal.
“Surgiu o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do primeiro-ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido”, diz o comunicado da PGR de Portugal.
Além disso, cinco pessoas foram detidas, e o ministro de Infraestrutura de Portugal, João Galamba, será investigado no caso. Costa ofereceu sua renúncia ao presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa. Ele também se pronunciou publicamente e, na ocasião, confirmou a entrega do cargo e negou as acusações.
A operação de busca e apreensão contemplou a residência oficial do primeiro-ministro e os ministérios portugueses que lidam com projetos voltados à exploração de lítio. Uma das empresas contempladas na exploração da mina seria a Lusorecursos, e sua participação teria sido permitida mesmo que a companhia não fizesse parte do grupo de empresas que têm direito à exploração, de acordo com a CNN Portugal.
Amigo do primeiro-ministro preso
Ao menos cinco pessoas acabara detidas; entre elas, um amigo do primeiro-ministro, o empresário Diogo Lacerda Machado; o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária; o socialista Nuno Mascarenhas; o CEO da empresa Start Campus, Afonso Salema, e o diretor jurídico e de Sustentabilidade, Rui Oliveira Neves.
A situação causou um mal-estar no congresso português. O líder do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, convocou uma reunião para analisar a gravidade da situação que envolve o governo.
A Iniciativa Liberal (IL) afirma que o primeiro-ministro não tem “condições para continuar a exercer suas funções”, e relembrou uma possível dissolução do parlamento. A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês de Sousa Real, relembrou a presunção da inocência, bem como afirmou que Costa, “há muito tempo, não reúne condições para se manter nas funções”.