Primeiro-ministro da Polônia defende a volta da pena de morte no país
Polêmico posicionamento sobre pena de morte aconteceu dias após a morte de uma criança de 8 anos, vítima de maus-tratos do padrasto
atualizado
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O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, defendeu a volta da pena de morte no país do Leste Europeu. “As penalidades para os piores degenerados são muito baixas”, escreveu Morawiecki em seu perfil no Twitter.
“Que tipo de mundo é esse em que você vai para a cadeia por menos tempo por torturar uma criança do que por fraude? É por isso que eu sou, pessoalmente, a favor da reintrodução da pena de morte para os criminosos mais violentos!”, escreveu, na quarta-feira (10/5).
A dura fala do primeiro-ministro polonês acontece após a morte de um menino de 8 anos, identificado como Kamilek, em decorrência de maus-tratos e abusos do próprio padrasto. O homem, de 27 anos, foi acusado de torturar a criança, forçando o garoto a se sentar em um fogão ligado e jogando água quente em seu corpo.
“Sejamos claros: só um monstro é capaz de fazer mal, e mal tão terrível, a uma criança inocente! E as crianças devem ser protegidas dos monstros! O lugar de tais torturadores não é só na prisão”, disse Morawiecki. “Por crimes cometidos com tanta crueldade, com tanta premeditação, sou pessoalmente a favor da pena máxima – a pena de morte”, continuou.
35 dias em coma
Segundo informações da polícia, a criança foi encontrada com vários ferimentos no corpo e precisou ser levado às pressas para um hospital, onde ficou em coma por 35 dias até morrer na última segunda-feira (8/5).
Em comunicado, o Centro de Saúde Infantil da Alta Silésia, que cuidou do caso, confirmou a morte da criança em decorrência de falência múltipla de órgãos provocada por “infecção grave de todo o corpo, causada por extensas queimaduras que não foram tratadas por muito tempo”.
Esta não é a primeira vez que o primeiro-ministro conservador da Polônia defende a reintrodução da pena de morte no país, abolida do código penal polonês desde 1997. Em janeiro deste ano, Morawiecki se manifestou favorável a pena para crimes mais graves.
A posição do chefe de estado polonês, no entanto, contraria a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (UE), que proíbe a condenação à pena de morte ou execuções.