Primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte renuncia ao cargo
Medida abre caminho para a formação de um novo governo no país; Liga Norte rompeu com M5S
atualizado
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O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, renunciou ao cargo nesta terça-feira (20/08/2019). A medida abre caminho para a formação de um novo governo no país. Conte, do Movimento Cinco Estrelas, perdeu o apoio da Liga Norte, do Ministro do Interior Matteo Salvini, nas últimas semanas.
Caberá agora ao presidente Sergio Matarella organizar a formação de uma nova coalizão de governo entre as bancadas do Parlamento.
Apesar de Salvini confiar na antecipação das eleições para formar uma maioria parlamentar, o M5S articula uma coligação com o Partido Democrático, de Esquerda, para permanecer no poder.
O líder do PD, Nicola Zingaretti, disse hoje que seu partido quer ver ou a formação de um “governo forte” com respaldo para reformar a Itália ou uma votação antecipada, descartando a possibilidade de um governo provisório.
A Itália não faz uma eleição no outono (do Hemisfério Norte) desde a 2.ª Guerra, pois os últimos meses do ano são tradicionalmente dedicados à elaboração do orçamento – um momento-chave para um país com uma das maiores dívidas públicas do mundo.
A crise foi desatada pelo ministro do Interior e líder da Liga, Matteo Salvini, que em pleno verão, com os parlamentares de férias, anunciou que a coalizão com o 5 Estrelas já não se sustentava e pediu a primeira moção de desconfiança contra Conte. Ele esperava a convocação de eleições para governar sozinho, uma vez que seu desempenho na última votação foi melhor que o do 5 Estrelas.
Reviravolta pode tirar extrema direita do poder na Itália
Tanto o M5S quanto o opositor PD rejeitaram na semana passada a moção de censura de Salvini e começaram a negociar entre eles, apesar de antigas diferenças, uma maioria parlamentar de esquerda e a possível formação de uma aliança de governo.
Ninguém se atreve a prever o que pode ocorrer amanhã, mas, caso Conte renuncie, Mattarella pode explorar um possível acordo M5S-PD ou reeditar a atual coalizão com a Liga, algo que não desagrada tanto a Salvini, que já deixou claro que não deixará o Ministério do Interior.