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A primeira-ministra da França, Elisabeth Borne, renunciou nesta segunda-feira (8/1), após se reunir com o presidente Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu. De acordo com fontes próximas ao Executivo, espera-se que Macron nomeie o jovem ministro da Educação, Gabriel Attal, como sucessor. Uma jogada que muda certamente o xadrez político das próximas eleições na França.
Elisabeth Borne apresentou sua demissão do governo ao presidente francês, Emmanuel Macron, que a aceitou, anunciou o Eliseu. O chefe de Estado agradeceu a ela “de todo o coração” no X por seu trabalho “exemplar” a “serviço da nação”.
No início da tarde, a primeira-ministra havia passado pouco menos de uma hora com o chefe de Estado antes de retornar a seu gabinete com um sorriso tenso, sem dizer uma palavra. Seus vinte meses à frente do governo foram marcados pela adoção da impopular reforma da previdência e da controversa lei de imigração.
“No momento em que devo apresentar a renúncia do meu governo, gostaria de lhe dizer o quanto me apaixonei por essa missão, guiada pela preocupação constante, que compartilhamos, de obter resultados rápidos e tangíveis para nossos concidadãos”, escreveu Borne na carta, enviada ao presidente da República e obtida pela agência AFP.
Depois de superar quase trinta moções de censura na Assembleia Nacional (o Congresso francês), Elisabeth Borne, 62 anos, era frequentemente descrita como desgastada por seus próprios aliados.
Convulsão governamental
Seu destino estava no ar nos últimos dias, com muitas pessoas próximas a Emmanuel Macron apostando em uma grande mudança no governo com sua própria saída.
O Eliseu não anunciou imediatamente o nome de seu sucessor. Mas Gabriel Attal, 34 anos, foi amplamente cotado nesta segunda-feira para sucedê-la no cargo, o que o tornaria o mais jovem primeiro-ministro da Quinta República, batendo o recorde do socialista Laurent Fabius, nomeado aos 37 anos em 1984.
“É ele quem deve ser encarregado de formar o próximo governo”, garantiu uma fonte próxima ao Executivo francês.
Embora sua juventude e sua recente nomeação para o Ministério da Educação, onde chegou em julho e lançou uma série de grandes projetos a serem implementados, tenham sido citados nos últimos dias por vários conselheiros para descartar sua nomeação, os mesmos argumentos agora justificam sua possível promoção.
“A juventude, os índices de opinião pública e a capacidade real ou suposta de liderar a campanha do governo para os europeus fizeram a diferença”, acredita a fonte próxima ao executivo, referindo-se à votação de junho, para a qual o campo presidencial está atualmente atrás do partido francês de extrema direita Reunião Nacional nas pesquisas de opinião.