Presidente regional da Catalunha declara vitória de separatistas
Plebiscito pede a independência da região, contrariando determinação do governo espanhol
atualizado
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O prefeito regional da Catalunha, Carles Puigdemont, declarou a vitória dos separatistas no plebiscito convocado para este domingo (1º/10). Moradores da região pedem independência da Coroa Espanhola. Madri afirma que a região está rasgando a constituição do país.
O posicionamento de Carles Puigdemont, segundo o jornal El País, abre caminho para uma saída unilateral da Espanha. A decisão poderia agravar a tensão no local. Em discurso, ele falou que as urnas entregam a vontade da população.
“A situação gerada na Catalunha é um assunto europeu. Hoje, a Catalunha ganhou muitos referendos, milhões de pessoas mobilizadas falaram alto e claro: temos o direito de decidir o nosso futuro, queremos viver em paz, fora de um Estado que impõe e usa força bruta “, disse Carles.
Posição de Madri
Mais cedo, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, fez um duro pronunciamento contra o plebiscito realizado na Catalunha sobre a independência da região, afirmando que “a tentativa de votação” pretendia liquidar a Constituição espanhola e referindo-se à consulta como um “sério ataque”. “Hoje não houve nenhum plebiscito de autodeterminação na Catalunha”, enfatizou.
Tensão
O plebiscito havia sido proibido pelo Tribunal Constitucional da Espanha, que considerava as circunstâncias da votação ilegais. O plebiscito foi realizado pelo governo regional da Catalunha, dominado por militantes da causa independentista. Por contrariar a Constituição espanhola, a votação foi declarada ilegal e foi objeto de repressão das polícias nacionais, enviadas pelo primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy.
O resultado é que 761 pessoas foram atendidas em hospitais da Catalunha, a maior parte em Barcelona. Os ferimentos aconteceram em confrontos com as tropas de choque, que tinham a ordem de apreender urnas, cédulas eleitorais e equipamentos relativos ao plebiscito. Do total, 91 dos feridos nos choques com os agentes das tropas de choque. Do total, 12 policiais ficaram feridos e três pessoas, dos quais um menor de idade, ficaram feridas.
Segundo Jordi Turull, o governo da Catalunha espera que tribunais internacionais investiguem as circunstâncias da repressão ao plebiscito. “Atuação do Estado espanhol é uma vergonha internacional, um escândalo”, afirmou, definindo o dia de hoje em Barcelona e no interior como “estado de sítio”. (Com informações da Agência Estado)