Presidente interino do Peru renuncia após cinco dias no cargo

O presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou o cargo neste domingo (15/11) após cinco dias de mandato. Merino exercia a função desde terça-feira (10/11), no lugar de Martín Vizcarra, afastado por supostamente receber propina durante exercício de governador em 2014.

Segundo o El País, o impeachment de Vizcarra por “incapacidade moral” foi uma manobra aprovada pelo Congresso e considerada ilegítima pela sociedade civil. O ato não recebeu aprovação de boa parte da comunidade internacional e desencadeou uma onda de protestos durante toda a semana.  Duas pessoas, de pouco mais de 20 anos, morreram nas manifestações.

Pelo menos 13 dos 18 ministros de Merino também renunciaram durante a madrugada de domingo.

Onda de manifestações

O Congresso aprovou no dia 9 de novembro o impeachment de Vizcarra por 105 a 87 votos, sob o argumento de que ele era “moralmente incapaz” de assumir o cargo depois que o jornal peruano El Comércio divulgou detalhes de uma investigação que apontava que Vizcarra havia recebido propina na época em que foi governador do distrito de Moquegua, de 2011 a 2014.

Pelo motivo de Vizcarra ter chegado ao poder depois da renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, Merino era o próximo da linha sucessória. Logo após a posse de Merino, aconteceu a primeira manifestação, na quinta-feira (11/11) e a segunda no sábado (14/11), onde jovens de 22 e 24 anos morreram, feridos por arma de fogo. É o que afirmam autoridades peruanas.

As manifestações tinham o intuito, segundo os cidadãos peruanos, não de apoiar Vizcarra – mas de se defender de um possível golpe os grupos políticos que promoveram para se apoderar da presidência e defender interesses particulares.

Além presidente do Congresso peruano, Luis Valdez, pediram a renúncia de Merino, o prefeito de Lima, Jorge Muñoz, o ex-primeiro-ministro do Governo de Pedro Pablo Kuczynski, Salvador del Solar.