Presidente da Guiana manda aviso a Maduro: “Fronteira não se discute”
Os países estão em conflito acerca da região de Essequibo e, neste sábado (9/12), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alterou o tom
atualizado
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Os presidentes da Guiana, Irfaan Ali, e da Venezuela, Nicolás Maduro, se reunirão na quinta-feira (14/12) para tratar da mais recente disputa territorial em torno da região de Essequibo. O local é disputado há décadas pelos dois países, tem 160 mil km² e concentra reservas de petróleo e minérios. Contudo, Ali reiterou que a fronteira não está em discussão, na noite deste sábado (9/12).
“A fronteira terrestre da Guiana não está em discussão, uma vez que está atualmente perante o TIJ (Tribunal Internacional de Justiça) e, quando adjudicada, será totalmente respeitada pela Guiana. O presidente, em diversas ocasiões, deixou explicitamente claro que o caso perante o TIJ não será um assunto para discussões bilaterais”, se manifestou o presidente guianês nas redes sociais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado para participar do encontro, que deve ocorrer sob proteção da Comunidade dos Estados Latino-americanos e do Caribe (CELAC) e da Comunidade do Caribe (CARICOM), de acordo com informações do primeiro-ministro de de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves à imprensa nesta noite.
Entenda
Após conversar com o presidente Lula mais cedo, neste sábado (9/12), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, amenizou o tom nas falas sobre a Guiana. Duas horas depois, no entanto, ele seguiu reivindicando o território de Essequibo. “Não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela!”, escreveu no X, antigo Twitter.
Depois do anúncio de uma operação militar dos Estados Unidos na Guiana, o Kremlin confirmou a viagem de Maduro à Russia. e a expectativa é de que ela ocorra neste domingo (10/12) ou na segunda-feira (11/12). O objetivo seria recorrer ao presidente russo, Vladimir Putin – que, dependendo da posição do conflito, poderia explorar a reação dos EUA, que prestam apoio oficial à Guiana.
Existe, ainda, uma chance minúscula de o Brasil se envolver no conflito, caso Maduro opte por usar Roraima para cercar a Guiana. O aumento da tensão entre Venezuela e Guiana na disputa pela região do Essequibo tem deixado autoridades brasileiras em alerta para uma possível evolução do conflito. A diplomacia adota uma posição mais conciliadora enquanto, na fronteira, militares reforçam o efetivo.