Presidente cubano culpa youtubers e influenciadores por protestos
Presidente afirmou que as manifestações são comandadas por empresas e pelo dinheiro dos Estados Unidos
atualizado
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O líder do regime cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou, em pronunciamento nesta segunda-feira (12/7) que “delinquentes que manipulam as emoções da população por meio das redes sociais” foram responsáveis pelos protestos do dia anterior.
Sob os gritos de “liberdade” e “abaixo a ditadura”, milhares manifestaram em Havana nesse domingo (11/7) por causa da piora da pandemia de Covid-19 no país e da falta de vacinas.
No pronunciamento, o presidente Díaz-Canel afirmou que a razão pela escassez de alimentos e remédios é o bloqueio imposto pelos Estados Unidos.
“A população sente que as coisas estão faltando, mas quem organiza essas manobras de vandalismo está empurrando as pessoas de modo hipócrita e desonesto justamente contra um governo que está cuidando delas”, disse o líder do governo.
Díaz-Canel disse que os “contrarrevolucionários” pretendem “mudar o regime e colocar no lugar um outro que não cuida da população, comandado por empresas e pelo dinheiro dos EUA”.
O chefe do departamento ideológico do Comitê Central, Rogelio Polanco, também alegou que o movimento contra o governo é financiado por “interesses estrangeiros”. Ele disse que as redes sociais “dão voz a pessoas mal informadas e mal intencionadas, que podem realizar uma guerra não-convencional”.
O presidente pediu que a população focasse no combate à Covid-19 e que o governo está agindo para controlar a disseminação do vírus no país. “Se há uma coisa que não precisamos é que esses agitadores trabalhem contra.”
Em outro momento, Díaz-Canel mostrou imagens de manifestantes furtando lojas e perguntou “se falta comida, por que roubam geladeiras e TVs e não alimentos?”
Protestos
De acordo com relatos publicados nas redes sociais, alguns manifestantes que protestavam contra o governo foram presos. Os moradores também afirmam que houve cortes de eletricidade na ilha.
O presidente cubano marchou pelas ruas de Havana acompanhado de militantes do partido, que entoaram gritos como “Viva Cuba” e “Viva Fidel”.
“Não vamos admitir que nenhum contrarrevolucionário, mercenário, vendido ao governo dos EUA, vendido ao império, recebendo dinheiro das agências, deixando-se levar por todas essas estratégias de subversão ideológica, provoque desestabilização em nosso povo”, disse o presidente de Cuba.
Nesta segunda-feira (12/7), Jair Bolsonaro (sem partido) comentou as manifestações: “Borrachada, pancada e prisão”.