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Premiê da Rússia, Dmitri Medvedev renuncia após discurso de Putin

O presidente russo pediu ao premiê e seus ministros que se mantenham num governo interino até que um novo seja formado

atualizado

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1 de 1 russia - Foto: Kremlin

O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, um dos principais aliados do presidente Vladimir Putin, renunciou ao cargo junto com todos os integrantes do seu gabinete nesta quarta-feira (15/01/2020).

A renúncia do governo, divulgada pelos meios estatais russos, foi concretizada depois do discurso do estado da nação de Putin, em que o presidente anunciou um referendo nacional para mudar algumas das emendas da constituição do país.

No ano passado, Putin venceu as eleições presidenciais russas com 73% dos votos, e se reelegeu para um quarto mandato que se estenderá até 2024.

Medvedev apresentou a renúncia após uma reunião de cerca de trinta minutos com Vladimir Putin. O presidente russo pediu ao premiê e seus ministros que se mantenham num governo interino até que um novo seja formado.

A renúncia foi vista por parte da imprensa internacional como uma manobra do líder russo e de seus aliados, para dar espaço para a reforma da Constituição proposta por Putin.

Apesar de ser considerada uma manobra, veículos russos críticos do governo Putin disseram que a decisão foi surpreendente e inesperada mesmo dentro do governo.

Medvedev é um dos principais aliados de Putin. É colega do ex-agente da KGB desde os anos 1990, foi seu conselheiro fiel quando este foi alçado à posição de líder da Rússia em 1996, e entrou para o governo três meses depois de Putin ser eleito premiê, em 1999.

Como aliado de primeira hora, Medvedev teve apoio de Putin para se eleger presidente da Rússia em 2008 – com Putin como premiê. Ao sair, em 2012, foi escolhido primeiro-ministro, e ficou no cargo até sua renúncia nesta quarta-feira (15/01/2020).

O presidente da Rússia, que está no poder desde 1999, quer endurecer os critérios para possíveis candidatos à presidência da Rússia, uma manobra considerada uma tentativa de permanecer no poder após as eleições de 2024. em que ele seria obrigado, pela Constituição atual, a deixar o poder.

Putin quer que o Parlamento passe a ter “poderes para escolher o primeiro-ministro”, mas afirmou em seu discurso que pretende manter a Rússia em um “forte sistema presidencial”.

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