1 de 1 destruição após bombardeios e mísseis russos em curso em Kharkiv, Ucrânia
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Os prejuízos à economia ucraniana causados pela guerra com a Rússia ultrapassaram a marca de 113,5 bilhões de dólares, de acordo com estimativa da Escola de Economia de Kyviv, na Ucrânia. A informação foi divulgada neste domingo (21/8) por Maksym Nefyodov, líder de projetos de apoio à reconstrução do país no instituto.
O levantamento aponta que, desde o início da ofensiva russa sobre o território vizinho, em fevereiro deste ano, foram destruídos milhares de casas e instituições de ensino e saúde, bem como monumentos históricos, aeroportos e centros comerciais.
“O número mais recente de perdas diretas à economia ucraniana devido à agressão russa é de cerca de 113,5 bilhões de dólares. Nossa pesquisa também aponta para outra direção — sobre as necessidades de recuperação. O projeto ‘Russia Will Pay’ (a Rússia vai pagar, em tradução livre) está se desenvolvendo ativamente nessa direção”, declarou Nefyodov, em entrevista à mídia local.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
O pesquisador explicou que, para sustentar a estimativa de danos financeiros, foram analisadas imagens coletadas com ajuda de drones e satélites. Os registros mostram a destruição deixada pelos bombardeios e contribuem para vislumbrar soluções abrangentes para a restauração das cidades impactadas.
“Quando a reconstrução começar, não queremos que as antigas infraestruturas sejam apenas restauradas. Queremos que elas sejam mais confortáveis, satisfaçam os princípios modernos do urbanismo e as normas europeias. Afinal, a Ucrânia já se tornou um candidato à adesão à União Europeia (UE), e devemos estar prontos para a máxima integração”, acrescentou.
No início de julho, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, divulgou um plano de reconstrução para o país com investimento de 750 bilhões de dólares e duração de uma década. Estados Unidos e alguns países europeus afirmaram que pretendem mobilizar recursos para auxiliar na reconstrução do território.
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