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Prefeito de Mariupol diz que Rússia não está respeitando cessar-fogo

Segundo Vadym Boichenko, o acordo está sendo respeitado apenas na região de Donetsk

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De janela, se vê uma aglomeração de pessoas fugindo da Ucrânia numa estação de trem - Metrópoles
1 de 1 De janela, se vê uma aglomeração de pessoas fugindo da Ucrânia numa estação de trem - Metrópoles - Foto: Aytac Unal/Anadolu Agency via Getty Images

O prefeito Vadym Boichenko, da cidade de Mariupol, que vem sofrendo seguidos ataques da Rússia, relatou que as tropas russas não estão respeitando o acordo de cessar-fogo. No 10º dia da invasão da Ucrânia, foi firmado um cessar-fogo parcial, para possibilitar os corredores humanitários, que permitem a fuga da população civil ucraniana.

Em um comunicado, a prefeitura da cidade disse que a medida está sendo respeitada apenas em Donetsk. “Ao longo do caminho, na região de Zaporizhia, estão ocorrendo combates. Estamos negociando com o lado russo para confirmar o regime de silêncio ao longo de toda a rota de evacuação de civis de Mariupol”, disse.

Nas redes sociais, o prefeito Vadym Boichenko pediu que, com o anúncio de cessar-fogo, os moradores deixassem a cidade.

Rússia x Ucrânia: entenda conflito entre países que já foram uma nação

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

“Caros moradores de Mariupol, a partir de hoje, começa a evacuação da população civil na cidade. Não é uma decisão fácil, mas, como sempre disse, Mariupol não são ruas e casas. Mariupol são seus habitantes, somos você e eu. Nossa principal tarefa sempre foi e continua sendo proteger as pessoas”, assinalou.

“Nas condições em que nossa cidade está, constantemente sob fogo implacável dos ocupantes, não há outra solução senão permitir que os moradores, isto é, você e eu, deixem Mariupol com segurança”, completou Boichenko.

Cessar-fogo

Rússia declarou cessar-fogo parcial no começo deste sábado (5/3), no 10º dia da invasão da Ucrânia. De acordo com o Ministério da Defesa russo, os ataques diminuirão, para possibilitar os corredores humanitários, que permitem a fuga da população civil ucraniana.

As tropas russas entrarão em “modo silencioso”, e a primeira região com caminho liberado será a cidade portuária de Mariupol, que já se encontrava sem água, luz e comida para os moradores. Volnovakha também terá uma trégua no mesmo horário.

“Hoje, 5 de março, a partir das 10h, horário de Moscou, o lado russo declara regime de silêncio e abre corredores humanitários para a saída de civis de Mariupol e Volnovakha”, informou o órgão.

A medida foi negociada entre os dois países nas últimas reuniões de mediação do conflito, no Conselho de Segurança da ONU. Os moradores terão cinco horas para deixar as cidades, segundo a RIA, agência russa de notícias.

A liberação começou às 10h, no horário da capital Moscou (5h em Brasília). De acordo com Mikhail Podolyak, do gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cerca de 20 mil civis têm a intenção de deixar a cidade de Volnovakha. Já em Mariupol, o número chega a 200 mil pessoas.

O governo ucraniano avisou que será aberto um corredor humanitário de Mariupol a Zaporozhye durante o cessar-fogo. “É estritamente proibido desviar da rota”, alertam os ucranianos.

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