1 de 1 O chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, levanta as mãos em gesto e sorri. Ele está frente a um computador, em sala decorada, sob bandeiras da Ucrânia e União Europeia - Metrópoles
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“Aconselho qualquer pessoa que esteja em negociações com a Federação Russa a não comer ou beber nada e, de preferência, evitar tocar em qualquer superfície“, afirmou Kuleba.
Em reportagem publicada na segunda-feira (28/3), o oligarca russo Roman Abramovich e dois negociadores ucranianos foram apontados como vítimas de um suposto envenenamento. Não há informação sobre de quem teria partido o ataque.
As equipes que investigaram o caso não conseguiram determinar o tipo de investida que os envolvidos sofreram, mas consideram a possibilidade de um agente químico ou biológico ter sido utilizado, além de radiação.
Eles teriam apresentado sintomas, como olhos vermelhos e lacrimejantes e descamamento de pele. Todos foram atendidos em hospitais e melhoraram, sem risco de morrer. Abramovich, segundo agências internacionais de notícias, teve sintomas mais sérios. Chegou a perder a visão por várias horas e recebeu atendimento médico na Turquia, para onde tinha voado depois de participar informalmente do encontro entre ucranianos e russos.
Ex-dono do Chelsea, Abramovich está entre os punidos por sanções internacionais que foram impostas à Rússia por causa da invasão do território ucraniano.
Começou em Istambul, na Turquia, nesta terça-feira (29/3), uma nova rodada de conversas entre Rússia e Ucrânia para tentar chegar a um acordo sobre a guerra que teve início no dia 24 de fevereiro. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, recepcionou as delegações para o encontro que começou às 4h30, no horário de Brasília.
“As partes têm preocupações legítimas, é possível chegar a uma solução que seja aceitável para a comunidade internacional. A prorrogação do conflito não interessa a ninguém. O mundo inteiro espera boas notícias”, afirmou Erdogan no início do encontro.
De acordo com a agência France Presse, o ex-dono do Chelsea, Roman Abramovich também marca presença no encontro.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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