Venezuela proíbe manifestações que “prejudiquem” Constituinte
Segundo o governo, quem descumprir a medida será punido com penas de cinco a dez anos de prisão
atualizado
Compartilhar notícia
O governo venezuelano anunciou que a partir desta sexta-feira (28/7) ficam proibidas as manifestações que possam afetar as votações de domingo para eleger os membros da Assembleia Constituinte e alertou que os “delitos eleitorais” serão punidos com penas de cinco a dez anos de prisão.
“Fica proibido em todo território nacional as reuniões e manifestações públicas, concentrações de pessoas e qualquer outro ato similar, que possam perturbar ou afetar o normal desenvolvimento do processo eleitoral”, afirmou o ministro de Interior, general Néstor Reverol, um dia antes de uma grande marcha opositora marcada para Caracas.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocou para a sexta-feira uma mobilização batizada de “tomada de Caracas” como parte de sua pressão para que o governo de Nicolás Maduro desista de reformar a Constituição do país.Além disso, também a partir de sexta-feira as Forças Armadas do país assumirão o controle de vários órgãos dos Estados e dos municípios até o fim do processo eleitoral de domingo. “Temos uma equipe de membros credenciados das Forças Armadas Nacional Bolivariana (…) que será responsável e terá controle operacional da polícia estadual e de 19 corpos policiais municipais”, disse Reverol em pronunciamento ao lado dos responsáveis pela Defesa e pelo Poder Eleitoral do país.
O ministro confirmou ainda que medidas comuns em dias de votação estarão em vigor no país, como o controle reforçado nos acessos fronteiriços, a proibição de venda de bebida alcoólica e o deslocamento de maquinário pesado. Reverol também ratificou a proibição da comercialização de artefatos pirotécnicos e de elevação com o uso de combustível sólido.
A eleição dos membros da Assembleia Constituinte está prevista para ocorrer em meio a numerosos atos de desobediência civil promovidos pela MUD para tentar impedir o processo, qualificado pelos opositores como fraudulento.