Trump dá margem à volta da tortura contra suspeitos de terrorismo
O comentário do presidente dos Estados Unidos atraiu fortes críticas, tanto da ala de oposição, a democrata, quanto dos republicanos
atualizado
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atraiu fortes críticas tanto da ala democrata quanto de republicanos após aventar a possibilidade da revisão da política americana sobre a interrogação e detenção de combatentes inimigos, uma medida que pode trazer de volta a tortura e outras “técnicas avançadas de interrogação”.
Em entrevista dada à ABC News, o sucessor de Barack Obama afirmou que “é preciso combater fogo com fogo”. “Eu quero fazer tudo o que é possível dentro da lei. Se eu acho que funciona? Certamente acredito que funciona”, afirmou.
Segundo o porta-voz de Trump, Sean Spicer, o rascunho não foi produzido na Casa Branca. A afirmação, no entanto, foi contestada por uma autoridade, que pediu para não se identificar. Segundo ela, o rascunho foi enviado pela Casa Branca para o estafe do Conselho de Segurança Nacional na terça-feira (24/1), com o pedido que fosse revisado e preparado para divulgação.
Em uma entrevista recente, Trump afirmou que iria se basear no conselho de sua equipe de segurança, incluindo o secretário de Defesa, James Mattis, e o diretor da CIA, Mike Pompeo. Ambos já se posicionaram contra o uso de técnicas como o “waterboarding”, ou tortura por afogamento.
Métodos abusivos
Em 2009, o então presidente Barack Obama ordenou uma revisão dos métodos de interrogação. O relatório resultante, do qual partes foram divulgadas no mês passado, não encontrou apoio entre funcionários de segurança nacional para reinstituir os métodos abusivos.
Segundo o senador republicano, John McCain, um estatuto aprovado pelo Congresso impede que o presidente reinstaure o uso de técnicas avançadas de negociação.
“O presidente pode assinar o decreto que quiser. Mas a lei é a lei. Nós não vamos trazer a tortura de volta aos EUA”, afirmou McCain, presidente do comitê das Forças Armadas no Senado.