Trump conquista aliados que antes eram seus rivais
Dois investidores bilionários que se uniram contra o Donald Trump em uma disputa judicial há menos de uma década estão atualmente entre os principais partidários do empresário e candidato republicano à Casa Branca
atualizado
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Mais de seis anos atrás, Carl Icahn and Andrew Beal juntaram forças no tribunal de falências para tentar assumir o controle da Trump Entertainment Resorts, um acordo ao qual Trump se opôs. Agora, enquanto muitos em Wall Street e no Partido Republicano se esforçam para sabotar a campanha de Trump à presidência, os dois bilionários se encontram entre os mais importantes aliados dentro da comunidade empresarial.
“Não há ressentimentos”, disse Beal, que endossou Trump na última semana. “Ele é esperto e entrega resultados.” Ele afirmou acreditar que Trump será favorável aos negócios e trará “mudança radical” a Washington.
Eu nunca vi um político devolver dinheiro
Andrew Beal
Como exemplo, Beal contou que uma doação de US$ 100 mil feita recentemente ao comitê de campanha de Trump foi devolvida. Beal anteriormente apoiava Rand Paul, tendo contribuído com US$ 250 mil, antes do senador de Kentucky ter desistido da corrida.
Aos 80 anos de idade, Carl Icahn também vê Trump como alguém que pode sacudir a política. Trump chegou a declarar no verão passado que gostaria de nomear Icahn secretário de Tesouro, o que na época surpreendeu o investidor, que nem mesmo sabia que o empresário concorria à presidência.
Icahn recusou a oferta e brincou que não seria capaz de se levantar cedo o suficiente para o trabalho, mas endossou a candidatura de Trump. Em outubro, o investidor disse que lançaria um comitê de ação política de US$ 150 milhões, sua primeira grande incursão no lobby político.
Outro aliado de peso é Thomas Barrack Jr, fundador e presidente do conselho da Colony Capital, que também endossou Trump na última semana. De acordo com ele, empresários e investidores de Wall Street estão apoiando o bilionário porque estão enfurecidos com os políticos de carreira, e não necessariamente porque concordam com seu posicionamento.
Barrack, cujos avós são imigrantes de origem libanesa, disse não acreditar que Trump colocará em prática tudo o que disse durante a campanha. “Ele adaptaria e chegaria a conclusões lógicas… Essa é a minha convicção”, afirmou. Mas há quem considere as ideias econômicas do candidato republicano impraticáveis e seu temperamento inadequado para presidência. No ano passado, por exemplo, o CEO do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, classificou a imagem de Trump “com o dedo no botão” chocante.