Tribunal Eleitoral da Bolívia confirma reeleição de Evo Morales
Presidente boliviano conquista quarto mandato após obter 47,06% dos votos, contra 36,52% do opositor Carlos Mesa
atualizado
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O presidente da Bolívia, Evo Morales, foi reeleito no primeiro turno das eleições realizadas no último domingo (20/10/2019). É o que confirma o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) boliviano. Segundo a Corte, Evo obteve obteve 47,06% dos votos, contra 36,52% do opositor Carlos Mesa.
Um dia depois das eleições, após suspender a contagem rápida de votos que havia adotado, pressionado por denúncias de fraude, o Tribunal retomou o método e desistiu da contagem manual voto a voto. Dessa forma, já naquele dia foi anunciado que o presidente Evo Morales havia conquistado o quarto mandato no primeiro turno.
O anúncio provocou imediatos protestos dos aliados do candidato opositor, Carlos Mesa, nas ruas em volta do tribunal. O próprio rival de Evo anunciou em seguida que não reconhecia o resultado. No anúncio, a Corte afirmou que, com 95,22% das atas de votação checadas (o método rápido), o atual presidente tinha 46,86% dos votos contra 36,73% de Mesa.
O resultado seria suficiente para garantir a vitória em primeiro turno porque as regras locais estipulam que, para se eleger sem necessidade de uma segunda ida às urnas, é preciso obter maioria absoluta (50% dos votos mais um) ou um índice acima de 40%, desde que acompanhado por diferença de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado.
Os números incluem os votos válidos dos eleitores na Bolívia e dos bolivianos espalhados em 33 países do mundo.
Defesa da Democracia
Na quarta-feira (23/10/2019), Mesa anunciou a formação de uma “Coordenação de Defesa da Democracia”, visando pressionar por um segundo turno. O objetivo da aliança com os partidos da direita e líderes centristas era “conseguir que se cumpra a vontade popular de definir a eleição presidencial no segundo turno“, destacou uma nota publicada no Twitter.
A aliança articulada por Mesa é formada pelo governador de Santa Cruz, Rubén Costas, o candidato de direita Óscar Ortiz, o empresário Samuel Doria Medina, líder da Unidade Nacional (UN, centro direita), e Fernando Camacho, executivo do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, da direita radical, entre outros.
OEA e UE
A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia (UE) também pressionam para que ocorra um segundo turno.
“A União Europeia compartilha plenamente da avaliação da OEA no sentido de que as autoridades bolivianas deveriam concluir o processo de contagem em curso e que a melhor opção seria realizar um segundo turno para restabelecer a confiança e assegurar o respeito pleno à escolha democrática do povo boliviano”, declarou a porta-voz da UE, Maja Kocijancic.