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Rússia sobre ajuda dos EUA à Venezuela: “Pretexto para ação militar”

Outra aliada do governo Maduro, a China alertou que a ajuda humanitária não deveria ser imposta à Venezuela para não causar violência

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UAN CARLOS HERNANDEZ/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Marcha contra o presidente Nicolas Maduro em Caracas
1 de 1 Marcha contra o presidente Nicolas Maduro em Caracas - Foto: UAN CARLOS HERNANDEZ/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A Rússia acusou, nesta sexta-feira (22/2), os Estados Unidos de usar a ajuda humanitária que deve ser entregue à Venezuela como “um pretexto para uma ação militar” para derrubar o presidente Nicolás Maduro.

“Uma perigosa provocação, de grande magnitude, inspirada e dirigida por Washington, a saber a entrada pela fronteira venezuelana de um suposto comboio humanitário está prevista para 23 de fevereiro”, declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zajarova.

Ela estimou ainda que isso cria “um cômodo pretexto para uma ação militar”.

Outra aliada do governo Maduro, a China alertou que a ajuda humanitária não deveria ser imposta à Venezuela para não causar violência, segundo afirmou o Ministério das Relações Exteriores chinês, também esclarecendo que Pequim se opõe a uma intervenção militar no país.

Na quinta-feira Maduro, ameaçou fechar a fronteira com a Colômbia, enquanto o líder opositor Juan Guaidó e cerca de 80 parlamentares percorriam bloqueios rodoviários tentando chegar à fronteira para receber a ajuda humanitária.

Guaidó, que é reconhecido por dezenas de países como o chefe de Estado legítimo da Venezuela, está à beira de um duelo com o governo de Maduro no sábado, quando a oposição tentará fazer ingressarem os alimentos e remédios estocados em países vizinhos.

Maduro nega existir uma crise econômica no país e ainda na quinta-feira disse que estava cogitando fechar a fronteira com a Colômbia e que fecharia a divisa com o Brasil, na prática interditando qualquer acesso legal por terra.

Falando em uma entrevista coletiva, o porta-voz da chancelaria chinesa, Geng Shuang, disse que o governo venezuelano “manteve a calma e mostrou comedimento”, evitando confrontos de larga escala.

“Se o chamado material de ajuda for imposto à Venezuela, e depois causar violência e confrontos, isso terá consequências graves. Isto é algo que ninguém quer ver”, disse Geng.

“A China se opõe a uma intervenção militar na Venezuela, e se opõe a qualquer ação que cause tensões, ou mesmo agitação”, disse.

Maduro continua sendo apoiado pela Rússia e pela China.

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